24 fev, 2025 - 19:31 • Silaide Mutemba
Maputo enfrenta uma nova onda de instabilidade social após um ataque armado contra a residência de Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane. Segundo relatos, na madrugada de domingo, indivíduos não identificados dispararam pelo menos 25 tiros contra a casa de Tivane.
O ataque gerou grande repercussão, o que levou populares a organizar manifestações nas ruas da capital.
Em resposta ao incidente, grupos de manifestantes bloquearam as principais vias da cidade, incluindo a Estrada Nacional número 4 (EN4), que liga Moçambique à África do Sul.
Os protestos fazem parte de uma série de manifestações que ocorrem desde as eleições de outubro de 2024, marcadas por alegações de fraude e repressão policial.
A situação na capital tem sido marcada por tensão e confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
A onda de contestação também se estendeu à província de Inhambupe, onde populares bloquearam a estrada que liga a região sul ao centro e norte do país e foi incendiado o edifício do partido FRELIMO na cidade da Maxixe. Há relatos de um morto pela polícia durante os confrontos com os manifestantes.
Já na província de Gaza, tradicional reduto do partido no poder, a FRELIMO, nos últimos dias, populares atacaram propriedades de membros do partido e algumas instituições públicas, exigindo melhores condições de vida.
Desde o início das manifestações, em outubro, Moçambique tem enfrentado um agravamento da crise social e política. A crescente insatisfação popular pressiona o governo a responder às exigências da população, enquanto o clima de incerteza se intensifica em diferentes regiões do país.