Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

França opõe-se a utilização de ativos russos congelados

04 mar, 2025 - 11:15 • Lusa

Em dezembro passado, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, defendeu a utilização direta dos bens russos congelados.

A+ / A-

O ministro da Economia francês, Eric Lombard, afirmou esta terça-feira que capturar os ativos russos congelados e utilizá-los para financiar as despesas militares europeias seria "contrário aos acordos internacionais".

"A posição da França é de que estes ativos russos (...) pertencem, em particular, ao Banco Central da Rússia", afirmou Lombard à cadeia de rádio francesa France Info, sublinhando que não se trata de ativos "que possam ser capturados" porque isso "seria contrário aos acordos internacionais que a França e a Europa subscreveram".

A apreensão destes ativos pode criar "um precedente económico" e tornar os investidores cautelosos, sublinhou, por seu turno, o ministro francês dos Assuntos Europeus, Benjamin Haddad.

Os países da União Europeia já estão a utilizar os lucros dos ativos russos congelados para ajudar a armar a Ucrânia e financiar a sua reconstrução pós-guerra, o que representa um ganho de 2,5 a 3 mil milhões de euros por ano.

No entanto, a opção de confiscar os ativos russos foi até agora excluída, principalmente por razões jurídicas.

Em dezembro passado, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, defendeu a utilização direta dos bens russos congelados.

Durante um debate na Assembleia Nacional Francesa, na segunda-feira, o ex-primeiro-ministro Gabriel Attal e outros deputados afirmaram ser a favor do confisco, que o chefe da diplomacia Jean-Noël Barrot excluiu, alegando "um risco financeiro demasiado grande"

Eric Lombard estimou também que a União Europeia "deve chegar a um acordo equilibrado" com os Estados Unidos sobre as tarifas aduaneiras.

"Temos negociadores que estão a jogar um jogo duro, e vamos jogar um jogo duro, mas (...) precisamos de chegar a um acordo equilibrado que proteja as nossas economias", disse Eric Lombard.

Donald Trump anunciou no final de fevereiro que a União Europeia - cuja razão de ser, segundo o presidente norte-americano é "lixar os Estados Unidos" - seria "em breve" alvo de um imposto de 25% sobre os seus produtos destinados ao mercado americano.

"Estamos em negociações duras com um governo americano que sabemos ser extremamente duro nas suas relações internacionais", disse Lombard.

O ministro da Economia francês informou que o seu homólogo do Tesouro americano, Scott Bessent, com quem se encontrou na quinta-feira, lhe tinha dito que se negociassem podiam "negociar em baixa".

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+