05 mar, 2025 - 22:20 • Lusa
Os Estados Unidos mantiveram contactos diretos com o grupo islamita palestiniano Hamas, confirmou esta quarta-feira a Casa Branca, indicando que as autoridades israelitas foram consultadas sobre estas conversações relacionadas com a próxima fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Este diálogo direto, revelado pelo 'site' Axios, foi confirmado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que justificou esta abordagem com o Hamas, que Washington cataloga como organização terrorista, com a tentativa de por fim à guerra na Faixa de Gaza.
"O Presidente [dos Estados Unidos, Donald Trump] acredita no diálogo e nas conversas com as pessoas de todo o mundo para fazer o que é melhor para o povo norte-americano ", observou a porta-voz.
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Karoline Leavitt informou que o enviado especial norte-americano para assuntos dos reféns, Adam Boehler, "está envolvido nestas negociações" e que, nessa medida, "tem autoridade para falar com qualquer pessoa", indicando ainda que a parte israelita foi consultada.
De acordo com o Axios, citando duas fontes com conhecimento direto das negociações, as reuniões entre Boehler e representantes do Hamas tiveram lugar em Doha nas últimas semanas.
O Hamas já confirmou estes contactos e Israel também corroborou as consultas de Washington a este respeito.
As negociações centraram-se na libertação de reféns norte-americanos em posse do Hamas, embora também tenha sido discutido um acordo mais amplo para libertar todos aqueles que ainda estão detidos na Faixa de Gaza e um entendimento para pôr fim à guerra, de acordo com as fontes citadas pelo Axios.
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Bassem Naim, alto dirigente do grupo armado palestiniano, atestou à agência EFE que manteve conversações diretas com Washington, as primeiras entre as duas partes desde o começo da guerra, em 7 de outubro de 2023.
A confirmação surge depois de o grupo palestiniano ter rejeitado no sábado a proposta dos Estados Unidos, um dos três países mediadores nas negociações, de prolongar a primeira fase do acordo até ao final do Ramadão em troca da libertação dos restantes reféns.
Israel confirmou igualmente que ter recebido informações do diálogo de Washington com o Hamas.
"Em consultas com os Estados Unidos, Israel expressou a sua opinião sobre discussões diretas com o Hamas", esclareceu o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa breve declaração, depois da confirmação da Casa Branca.