05 mar, 2025 - 14:36 • Diogo Camilo e Lusa
O primeiro-ministro conversou esta quarta-feira de manhã com o Presidente da Ucrânia, a quem transmitiu "o apoio inabalável" de Portugal "rumo a uma paz justa e duradoura".
Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro revela ter falado esta quarta-feira com Volodymyr Zelensky, na véspera da cimeira extraordinária dos líderes europeus.
"O momento atual exige uma coordenação estreita de posições. Em véspera do Conselho Europeu, reiterei o apoio inabalável de Portugal à Ucrânia rumo a uma paz justa e duradoura", escreveu Montenegro, na publicação acompanhada de uma imagem de uma videochamada com o Presidente da Ucrânia.
UCRÂNIA
Tinha discurso preparado, mas garante que esteve e(...)
Há exatamente uma semana, Montenegro já tinha telefonado a Zelensky, agradecendo tudo "o que o povo ucraniano tem feito pela Europa", por ocasião do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, que se assinalara dois dias antes.
No dia 24 de fevereiro, o primeiro-ministro português tinha previsto participar, por videoconferência, numa cimeira de líderes internacionais que decorreu em Kiev, mas problemas técnicos impediram a ligação, tendo enviado a sua intervenção a todos os participantes.
Na próxima quinta-feira, os líderes da UE reúnem-se numa cimeira extraordinária (antes da regular no final deste mês) para debater a continuação do apoio à Ucrânia e à defesa europeia.
Também Volodymyr Zelensky anunciou a conversa com Luís Montenegro, indicando que a Ucrânia "aprecia o apoio - militar e político - de Portugal".
"Partilhei os detalhes com os líderes da cimeira de Londres, onde acordámos preparmo-nos para um plano de ação que possa trazer paz sustentável à Ucrânia e segurança para toda a Europa. Isto inclui o fortalecimento do nosso país e garantias de segurança", afirma o presidente ucraniano.
"Estaremos em contacto com os aliados europeus e vamos discutir os próximos passos. É importante que a voz de cada país seja ouvida neste plano conjunto. A unidade da Europa e a liderança dos Estados Unidos pode indubitavelmente levar ao fim desta guerra", acrescenta Zelensky.
Na próxima quinta-feira, os líderes da UE reúnem-se numa cimeira extraordinária (antes da regular no final deste mês) para debater a continuação do apoio à Ucrânia e à defesa europeia.
Na carta-convite enviada aos chefes de Governo e de Estado da União, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse existir "uma nova dinâmica, que deverá conduzir a uma paz global, justa e duradoura" no que toca à guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, que já entrou no quarto ano.
A reunião de alto nível de quinta-feira visa discutir as contribuições europeias para as garantias de segurança necessárias.
Desde o início da guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a UE e os seus Estados-membros disponibilizaram quase 135 mil milhões de euros em apoio à Ucrânia, incluindo 48,7 mil milhões de euros para apoiar as forças armadas ucranianas, tendo ainda avançado com 16 pacotes de sanções contra a Rússia.
Já quanto à defesa, António Costa espera que nesta cimeira extraordinária a UE tome "as primeiras decisões a curto prazo, para que a Europa se torne mais soberana, mais capaz e mais bem equipada para enfrentar os desafios imediatos e futuros à sua segurança", segundo disse na carta-convite.
Entre 2021 e 2024, a despesa total dos Estados-membros com a defesa aumentou mais de 30%, ascendendo a um montante estimado de 326 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,9% do PIB da UE.