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Síria vai participar pela primeira vez na organização contra as armas químicas

05 mar, 2025 - 13:50 • Lusa

"Esta participação reafirma o empenhamento da Síria na segurança internacional", diz ministro dos Negócios Estrangeiros sírio.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad al-Shibani, anunciou esta quarta-feira que a Síria vai participar pela primeira vez na sua história no Conselho Executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

"Hoje, pela primeira vez na história da Síria, o país participa no Conselho Executivo" da OPAQ, uma organização com sede em Haia, indicou al-Shibaini numa mensagem na rede social X.

"Esta participação reafirma o empenhamento da Síria na segurança internacional e presta homenagem àqueles que perderam a vida sufocados pelas mãos do regime do [antigo Presidente sírio Bashar] al-Assad", derrubado a 08 de dezembro do ano passado, acrescentou o ministro.

Em fevereiro passado, durante uma visita a Damasco do diretor-geral da OPAQ, o espanhol Fernando Arias, o governo provisório sírio comprometeu-se a cooperar com a organização após a queda de al-Assad, acusado de utilizar armas químicas durante a guerra civil no país árabe, que eclodiu no calor dos protestos populares em 2011.

A visita concluiu que foram lançadas as bases, após "11 anos de obstrução" por parte do antigo regime, para trabalhar "no sentido de encerrar definitivamente o ficheiro de armas químicas da Síria e promover o seu cumprimento a longo prazo, a estabilidade regional e a contribuição para a paz e segurança internacionais".

A Síria aderiu à Convenção sobre as Armas Químicas (CWC) a 14 de setembro de 2013, que entrou em vigor um mês depois, e posteriormente, tal como exigido pelo tratado, Al-Assad apresentou uma declaração inicial do seu programa de armas químicas.

No entanto, sempre houve suspeitas de que Al-Assad não declarou todo o arsenal químico, enquanto as novas autoridades sírias expressaram dúvidas sobre a existência dessas armas desde que chegaram ao poder, uma vez que os aviões de Israel também bombardearam fortemente posições militares e depósitos de armas do antigo regime.

A missão de inquérito criada pela OPAQ em 2014, na sequência de repetidas alegações de utilização de produtos tóxicos como armas em território sírio, confirmou a utilização de armamento proibido em cerca de 20 casos na Síria, frisando que o cloro foi utilizado em 14 ocasiões, e tanto o sarin como o gás mostarda foram utilizados em três casos cada.

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