05 mar, 2025 - 18:37 • Diogo Camilo
Depois do conflito na Casa Branca, Volodymyr Zelensky anunciou esta quarta-feira que houve um "movimento positivo" na ligação com os Estados Unidos que pode levar a nova reunião com Donald Trump no futuro.
Na sua comunicação diária aos ucranianos, o chefe de Estado disse estar preparado para retomar a cooperação com o seu maior aliado militar contra a invasão russa do seu país, depois de um encontro tenso na Casa Branca na última sexta-feira com o presidente norte-americano.
"Hoje as delegações ucraniana e norte-americana começaram a trabalhar novamente num encontro. Andriy Yermak [chefe de gabinete da Ucrânia] e Mike Waltz [alto conselheiro de Segurança] falaram e há um movimento positivo. Esperamos os primeiros resultados na próxima semana", afirmou Zelensky.
Em comunicação nas redes sociais, Yermak anunciou que a Ucrânia e os Estados Unidos concordaram em continuar as negociações "num futuro próximo", após um telefonema com Mike Waltz. O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, e Mike Waltz "discutiram novas medidas para alcançar uma paz justa e duradoura" na Ucrânia, anunciou Yermak na rede social Telegram.
A mesma fonte acrescentou que as partes concordaram "que as equipas se reunirão num futuro próximo para continuar este importante trabalho".
Guerra na Ucrânia
A cooperação entre serviços de informações é vital(...)
Em Brxeulas, e depois da cimeira de Londres, os líderes da União Europeia vão encontrar-se esta quinta-feira para uma cimeira extraordinária na qual se esperam as primeiras decisões a curto prazo sobre a defesa comunitária, face ao delicado contexto geopolítico de contínua guerra na Ucrânia.
Duas semanas depois de se terem assinalado os três anos de guerra a Ucrânia causada pela invasão russa e numa altura de tensões entre a administração norte-americana e a liderança ucraniana, os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) vão demonstrar a sua "clara vontade" para tomar medidas para a Europa ser mais soberana, autónoma e estar melhor equipada na área da defesa e da segurança, face ao atual contexto "delicado", referiram diferentes fontes na antevisão do encontro.
"Esperamos uma cimeira produtiva, com importantes decisões, num 'timing' que é certo para a UE mostrar que está pronta para continuar a apoiar a Ucrânia", apontou um alto funcionário europeu.
Um outro comentou que "a situação bastante frágil obriga [a UE] a fazer coisas diferentes do que fez no passado", o que está relacionado com "as mudanças [políticas] nos Estados Unidos e na mentalidade dos Estados-membros".
No encontro, os líderes da UE vão comprometer-se a "acelerar a mobilização dos instrumentos e financiamentos necessários" para tornar o bloco comunitário "mais forte e mais capaz no domínio da segurança e da defesa, contribuindo positivamente para a segurança global e transatlântica e complementando a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", segundo com um rascunho das conclusões a que a agência Lusa teve acesso.
Na carta-convite enviada aos líderes da UE, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse esperar "as primeiras decisões a curto prazo", o que passa por acordar politicamente gastar mais com defesa, individualmente e em conjunto.