06 mar, 2025 - 22:18 • Diogo Camilo
O presidente dos Estados Unidos questionou esta quinta-feira a utilidade dos aliados da NATO num eventual ataque que Washington sofra e indicou que, se os membros não pagarem o suficiente pela sua Defesa, os EUA não os irão defender.
Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, atacou a NATO: "Se os Estados Unidos estiverem em aflição e os chamarmos e dissermos: 'Temos um problema, França'. Acham que eles vão aparecer e proteger-nos? É suposto, mas não tenho assim tantas certezas", afirmou Donald Trump.
O líder norte-americano indicou ainda que os aliados não estão a contribuir o suficiente para a NATO, considerando que estes são os "principais problemas" da aliança.
No entanto, a única vez que o Artigo 5º da NATO - o princípio de que um ataque a um membro da NATO representa um ataque a todas as nações da organização - só foi invocado por uma única vez, em resposta aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Nas mesmas declarações, Trump anunciou ainda que fará uma visita à Arábia Saudita - a primeira viagem oficial como novo presidente dos Estados Unidos - para selar um acordo de investimento de Riade na economia norte-americana, no valor de 1 bilião de dólares - cerca de 930 mil milhões de euros - durante quatro anos, incluindo em equipamento militar.
A visita, segundo o próprio, deverá acontecer dentro de mês a mês e meio. "Eles aceitaram, por isso vou estar lá e tenho uma grande relação com eles, têm sido muito simpáticos", afirmou Trump.
Trump falou também a revogação do estatuto legal de cerca de 240 mil ucranianos que fugiram do conflito no seu país com a Rússia, indicando que é uma matéria em análise.
A notícia foi avançada esta quinta-feira pela Reuters, referindo que a Casa Branca estava a considerar retirar as proteções a ucranianos que chegaram a solo norte-americana desde o início da guerra na Ucrânia.
"Há algumas pessoas que acham que é apropriado, outras não. Vamos tomar essa decisão em breve", afirmou Trump.
Essa decisão pode chegar em abril, como indicou a Reuters na sua notícia, que refere que os planos já estavam em marcha antes do encontro tenso entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca na passada semana. A medida faz parte de uma ordem executiva assinada por Trump a 20 de janeiro, que pediam o fim de "todos os programas de liberdade condicional categórica".