06 mar, 2025 - 19:19 • e Lusa
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou esta quinta-feira aos líderes europeus que apoiem a ideia de tréguas por ar e mar entre Rússia e Ucrânia, referindo que é uma oportunidade para testar com Moscovo o fim da invasão que dura há três anos. No entanto, Putin avisa que não vai ceder e que vai escolher a "versão da paz" que lhe interessar.
"Toda a gente tem de se certificar que a Rússia, como origem desta guerra, aceite que ela termine", afirmou Zelensky em Bruxelas, onde estão reunidos os líderes europeus para discutir o plano de rearmamento da Europa depois dos EUA terem anunciado a suspensão de apoio militar à Ucrânia.
Zelensky refere que "há duas formas de silêncio" que são "fáceis de estabelecer": os ataques a infraestruturas civis através de mísseis e drones e o fim de operações no Mar Negro.
No entanto, em resposta, Vladimir Putin considerou que Moscovo não desistirá dos limites definidos nos últimos três anos para terminar a guerra na Ucrânia, escolhendo, portanto, "a versão da paz" que melhor sirva os seus interesses.
"Temos de escolher a versão da paz que nos convém", declarou Putin, que, durante um encontro com trabalhadores de uma fundação, insistiu na necessidade de a Rússia obter "tranquilidade" em termos de segurança.
Putin também excluiu a possibilidade de concessões territoriais, numa aparente referência às zonas ocupadas da Ucrânia que a Rússia atualmente considera suas.
"Não precisamos de nada que pertença a outros, mas não vamos desistir do que é nosso", acrescentou, segundo as agências de notícias russas.
Moscovo também voltou a deixar clara a sua rejeição da potencial adesão de Kiev à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), embora a parte ucraniana insista em procurar alguma forma de garantia de segurança para o proteger.
Segundo a Fox News e a Axios, membros da administração Trump vão reunir-se com altos representantes ucranianos em Riade na próxima semana, num encontro que deverá acontecer quarta-feira e que deverá contar com a presença do secretário de estado norte-americano, Marco Rubio.
Depois de uma aproximação ontem, com um telefonema entre Andriy Yermak, chefe de gabinete da Ucrânia, e Mike Waltz, alto conselheiro de Segurança, que Zelensky considerou como um "movimento positivo", esta é a primeira vez que representantes dos dois países se encontram desde a tensa reunião entre o presidente ucraniano e Donald Trump na Casa Branca.
Em Bruxelas, Zelensky esteve ainda reunido com o presidente francês, Emmanuel Macron, agradecendo-lhe pelo apoio ao país e onde se falou também sobre a futura cimeira de 11 de março.