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ESPAÇO

Telescópio James Webb capta sistema estelar em formação

08 mar, 2025 - 01:04 • Lusa

Sistema estelar encontra-se a 650 anos-luz de distância, na constelação de Serpens. Luz de alta resolução no infravermelho próximo mostra novos pormenores e uma estrutura complexa.

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Na sua última imagem, o Telescópio Espacial James Webb captou pormenores de um sistema estelar em formação em Lynds 483 (L483), que se encontra a 650 anos-luz de distância, na constelação de Serpens.

Em particular, a luz de alta resolução no infravermelho próximo captada pelo Telescópio James Webb mostra novos pormenores e uma estrutura complexa nesta nuvem molecular em formação estelar.

No centro da imagem, pode ser vista uma nuvem vertical fina - L483 - que tem uma forma de ampulheta com bordos irregulares.

O lóbulo inferior está ligeiramente recortado e o lóbulo superior é visível na sua totalidade, afunilando no topo.

Duas estrelas em formação são responsáveis pelas ejeções brilhantes de gás e poeira que brilham a laranja, azul e violeta nesta imagem a cores divulgada na sexta-feira, segundo comunicados separados da Agência Espacial Europeia (ESA) e da agência norte-americana NASA.

As nuvens moleculares particularmente densas, como a L483, qualificam-se como nebulosas escuras devido à sua capacidade de obscurecer o meio.

Estas, ao contrário do que parece, são os ambientes mais férteis para a formação de estrelas.

Uma protoestrela é uma condensação de gás e poeira interestelar cuja atração gravitacional a faz colapsar sobre si própria e formar uma estrela.

As duas protoestrelas responsáveis por esta cena captada pelo Webb encontram-se no centro da ampulheta.

Ao longo de dezenas de milhares de anos, ejetaram periodicamente parte do gás e da poeira, lançando-os em jatos rápidos e compactos e em fluxos ligeiramente mais lentos que "viajam" pelo espaço.

Quando as ejeções mais recentes colidem com as mais antigas, o material pode "amassar" e rodar, dependendo das densidades do que colide.

Ao longo do tempo, as reações químicas no interior destas ejeções e na nuvem circundante produzem uma série de moléculas, como o monóxido de carbono, o metanol e outros compostos orgânicos.

Com o tempo, os cientistas vão calcular a quantidade de material ejetado pelas estrelas, que moléculas foram criadas quando o material colidiu entre si e qual a densidade de cada zona.

Daqui a milhões de anos, quando as estrelas tiverem terminado a sua formação, cada uma terá aproximadamente a massa do nosso Sol.

Os seus fluxos de saída terão limpado a zona, varrendo estas ejeções semitransparentes e deixando apenas um pequeno disco de gás e poeira no qual se poderão formar planetas.

L483 tem o nome do astrónomo americano Beverly T. Lynds, que publicou extensos catálogos de nebulosas escuras e brilhantes no início da década de 1960.

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