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Famílias das vítimas da guerra antidroga celebram detenção de ex-Presidente filipino

11 mar, 2025 - 07:32 • Lusa

O ex-Presidente foi detido na manhã de terça-feira no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, em Manila, ao chegar de Hong Kong.

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Familiares de vítimas da campanha contra as drogas de Rodrigo Duterte, durante a qual morreram milhares de pessoas, saudaram a detenção do ex-Presidente filipino, ocorrida esta terça-feira, por ordem do Tribunal Penal Internacional (TPI).

"Esta medida do TPI é a prova da validade do nosso apelo para que Duterte e os cúmplices sejam responsabilizados por levarem a cabo a guerra contra a droga", afirmou, em comunicado, a organização Rise Up, que reúne familiares das vítimas da brutal campanha antidroga do antigo dirigente.

"Estou a chorar, queria mesmo vê-lo na cadeia. Eles vão pagar pelo que nos fizeram", reagiu Jane Lee, mulher de uma das vítimas, citada no comunicado.

O ex-presidente foi detido na manhã de terça-feira no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, em Manila, ao chegar de Hong Kong, anunciou a Presidência, em comunicado.

A detenção surge em resposta a um mandado do TPI, que acusa o político de 79 anos de crimes contra a humanidade.

Duterte, à frente da presidência entre 2016 e 2022, travou uma campanha que matou seis mil pessoas em operações antidroga e execuções extrajudiciais, de acordo com dados da polícia, embora organizações não governamentais locais estimem que o número seja superior a 30 mil.

Apesar de Duterte ter retirado as Filipinas do TPI em 2019, para evitar ser implicado, o organismo abriu uma investigação sobre as execuções extrajudiciais e em 2021 relacionou as autoridades e as forças de segurança aos crimes cometidos.

A detenção, após dias de especulação, desencadeou uma tempestade política nas Filipinas, uma vez que Duterte, atualmente detido na base aérea de Villamor, questionou a legalidade do procedimento.

A advogada filipina que levou o caso ao TPI, Kristina Conti, disse que o ex-presidente deveria ser extraditado para Haia, embora as autoridades do país ainda não se tenham pronunciado sobre os próximos passos.


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