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Diplomacia

Starmer. Resposta de Putin ao cessar-fogo "não foi suficientemente boa"

15 mar, 2025 - 10:46 • Ana Kotowicz

“Se Putin leva a sério a paz, é muito simples: precisa parar com os ataques bárbaros à Ucrânia e concordar com um cessar-fogo”, disse Starmer na videochamada com líderes de vários países.

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O compromisso de ficar ao lado da Ucrânia é "inabalável", Kiev deve ser capaz "de se defender e impedir futuras agressões russas", e quando se fala de um cessar-fogo, a "bola está do lado da Rússia". As palavras são de Keir Starmer, que falava em conferência de imprensa depois de um encontro virtual que reuniu, este sábado, mais de 20 líderes de países da NATO e da UE.

O primeiro-ministro britânico disse ainda que Volodymyr Zelesnky demonstrou que a Ucrânia é "o partido da paz", enquanto que a resposta do Presidente russo à proposta de cessar-fogo na guerra da Ucrânia "não foi suficientemente boa".

Além disso, Starmer anunciou que na próxima semana há novo encontro em Londres: desta vez com responsáveis pelo planeamento militar para discutir como se pode apoiar a segurança futura da Ucrânia.

O encontro deste sábado, que durou pouco mais de duas horas, reuniu por videoconferência líderes europeus, o secretário-geral da NATO, os líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia. O único ponto da agenda foi o apoio à Ucrânia.

"Reafirmámos o nosso compromisso inabalável de permanecer ao lado da Ucrânia, agora e no futuro", disse Stramer, frisando que os vários líderes acolheram com "satisfação os esforços do presidente Trump e do presidente Zelensky" para garantir "o notável avanço no acordo de paz em Jeddah", que prevê um cessar-fogo imediato e incondicional de 30 dias.

"Concordámos que agora a bola estava do lado da Rússia e o presidente Putin deve provar que leva a sério a paz, assinando um cessar-fogo em termos iguais. A hesitação e o atraso do Kremlin sobre a proposta de cessar-fogo do presidente Trump e os ataques bárbaros contínuos da Rússia à Ucrânia vão totalmente contra o desejo declarado do presidente Putin pela paz", disse o britânico.

O que se passou na reunião?

Manter a pressão sobre a Rússia e a unidade no apoio à Ucrânia são as palavras de ordem. Estas foram as principais ideias deixadas pelo primeiro-ministro do Reino Unido que, este sábado, se reuniu com líderes de mais de 20 países através de videoconferência.

Keir Starmer, citado pela imprensa britânica, pediu aos presentes no encontro virtual para estarem preparados para defender qualquer acordo de paz com a Ucrânia e, ao mesmo tempo, preparados para manter a pressão sobre a Rússia.

“Se Putin leva a sério a paz, é muito simples: precisa parar com os ataques bárbaros à Ucrânia e concordar com um cessar-fogo”, disse Starmer na videochamada com líderes de vários países, entre eles, Luís Montenegro.

Já de acordo com a agência de notícias PA, no encontro discutiu-se a apreensão de ativos russos, mas essa é, segundo Keir Starmer, "uma questão complicada".

Já depois do final do encontro, os diferentes líderes internacionais começaram a pronunciar-se nas redes sociais.

António Costa, presidente do Conselho Europeu, agradeceu a Starmer por ter sido anfitrião do encontro virtual. "Agora a Rússia precisa mostrar real vontade política para parar a guerra. Estamos comprometidos em garantir que a Ucrânia esteja em uma posição de força em futuras negociações de paz", escreveu o político português no X.

Mensagem idêntica foi deixada por Ursula von der Leyen, também no X, que reiterou o apoio ao acordo de cessar-fogo da Ucrânia. "Agora a Rússia precisa mostrar que está disposta a apoiar um cessar-fogo que leve a uma paz justa e duradoura", escreveu a presidente da Comissão Europeia.

"Enquanto isso, iremos apoiar o fortalecimento da Ucrânia e das suas Forças Armadas seguindo a nossa 'estratégia do porco-espinho'", escreveu a política alemã, prometendo intensificar os esforços de defesa da Europa por meio do ReArm Europe e aumentando os gastos com defesa — um discurso que tem repetido sistematicamente nas últimas semanas.

O primeiro-ministro de Portugal, na mesma rede social, prometeu continuar ao lado da Ucrânia. "Seguindo os princípios do direito internacional, estaremos ao lado dos nossos aliados para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro", escreveu Luís Montenegro.


Já a primeira-ministra italiana informou este sábado os restantes líderes europeus de que o seu Governo não tenciona participar com tropas italianas numa potencial força de paz para a Ucrânia, um dos temas em debate no âmbito de um possível cessar-fogo.

"A primeira-ministra confirmou que a Itália tenciona continuar a trabalhar com os seus parceiros europeus e ocidentais e com os Estados Unidos para definir garantias de segurança credíveis e eficazes, reiterando que não está prevista a participação nacional numa eventual força militar no terreno", afirmou o Governo italiano em comunicado.

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