15 mar, 2025 - 17:25 • Olímpia Mairos , com Lusa
O Hamas denunciou este sábado uma “violação flagrante” da trégua na Faixa de Gaza, após ataques israelitas em Beit Lahia, que fizeram nove mortos, incluindo vários jornalistas, segundo os serviços de emergência.
Em comunicado, o porta-voz do movimento islamita Hamas, Hazem Qassem, afirmou que Israel “cometeu um massacre horrível no norte da Faixa de Gaza ao atacar um grupo de jornalistas e trabalhadores humanitários, numa violação flagrante do acordo de cessar-fogo” em vigor desde 19 de janeiro.
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A Defesa Civil de Gaza confirmou este ataque, atribuindo-o ao Exército israelita.
“Nove pessoas foram levadas (para o hospital), incluindo vários jornalistas e funcionários da instituição de solidariedade Al-Khair, num ataque com drones em Beit Lahia, enquanto a artilharia (israelita) bombardeava a mesma zona”, disse o porta-voz da organização, Mahmoud Bassal.
Por seu lado, o Exército israelita confirmou dois ataques, primeiro contra “dois terroristas que operavam um 'drone'” na cidade, e depois contra um veículo que transportava “outros terroristas que vieram recuperar” o 'drone'.
Segundo os serviços de emergência, a equipa de jornalistas que foi vítima do ataque era composta por, pelo menos, três fotógrafos, um deles especializado em fotografia com 'drones', e um motorista.
Em declarações à BBC, Qasim Rashid Ahmad, fundador e presidente da instituição de solidariedade, garantiu que a equipa estava na área para montar tendas e documentá-las para os esforços de promoção da própria instituição.
O responsável explicou que os seus cinegrafistas voltaram para o carro e foram atingidos, enquanto outros membros da equipa que correram para o local foram atingidos por um ‘drone’ israelita que os seguiu quando foram para o segundo carro da instituição de caridade.
Por sua vez, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos acusou Israel de realizar “ataques sistemáticos a jornalistas palestinos, que arriscam suas vidas para relatar a verdade e expor os crimes israelitas ao mundo”.
De acordo com uma contagem de fevereiro do Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 83 jornalistas palestinianos foram mortos em Gaza em 2024 pelos militares israelitas.