16 mar, 2025 - 17:21 • Lusa
Milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro encheram este domingo a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mostrar apoio ao ex-presidente de extrema-direita do Brasil, que está a ser julgado por alegado plano de golpe de Estado.
Jair Bolsonaro, que liderou o Brasil entre 2019 e 2022, chegou por volta das 10h15 [13h15 em Lisboa] ao palco onde irá discursar, abrindo caminho entre os manifestantes vestidos de amarelo e verde, cores do país.
No pódio, um cartaz mostra o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, erguendo o punho após o ataque durante a campanha eleitoral na Pensilvânia, em julho do ano passado.
"Queremos mandar uma mensagem para o Brasil e para o mundo", afirmou Bolsonaro, num vídeo publicado no início da semana nas redes sociais.
À AFP, José de Souza Vitorino, um ex-militar de 64 anos, afirmou ter marcado presença por querer "deixar um Brasil melhor" para os seus filhos.
"São tempos sombrios", acrescentou.
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O lema da manifestação é amnistia para os condenados por envolvimento nos motins de 08 de janeiro de 2023 em Brasília, uma semana após a tomada de posse do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse dia, milhares de apoiantes de Bolsonaro invadiram e destruíram o palácio presidencial, parlamento e o Supremo Tribunal Federal.
Os tumultos foram uma das razões pelas quais o Ministério Público acusou, em fevereiro, o antigo presidente de um alegado plano de golpe de Estado para se manter no poder.
Acusado de liderar uma "organização criminosa" com uma conspiração de longa data para o efeito, Bolsonaro arrisca-se a uma pena cumulativa de mais de 40 anos de prisão.
O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse este domingo que as acusações de golpe se devem ao facto de "o quererem preso ou morto" e que o impedimento de concorrer em eleições é "uma negação da democracia".
Bolsonaro denunciou que o facto de estar impedido de se candidatar nas eleições do próximo ano é "uma negação da democracia".
"Quero dizer aos que não gostam de mim em Brasília: as eleições sem Bolsonaro são uma negação da democracia no Brasil", disse o ex-Presidente.
"Tudo isto se deve ao facto de me quererem preso ou morto", denunciou o ex-Presidente.
"Fabricaram esta história sobre o golpe, e agora tenho de provar que sou inocente", declarou o líder de extrema-direita brasileiro, referindo-se a uma queixa apresentada pelo Ministério Público, que o acusa de ter engendrado o ataque aos três poderes governamentais a 08 de janeiro de 2023.
Nesse dia, uma semana após a tomada de posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, milhares de bolsonaristas invadiram e vandalizaram os edifícios da presidência, do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal em Brasília, incitando as Forças Armadas a derrubar o novo governo.
Bolsonaro e cerca de trinta dos seus colaboradores mais próximos foram acusados também de terem conspirado para impedir a investidura de Lula, que o tinha derrotado nas eleições de outubro de 2022.
O Supremo Tribunal Federal, responsável pelo caso, decidirá se aceita as acusações entre 25 e 26 de março, altura em que poderá abrir um processo-crime.
Hoje, o ex-presidente voltou a negar as acusações que enfrenta, bem como as denúncias de abuso de poder político e económico durante o processo eleitoral de 2022, levando o tribunal a proibi-lo do cargo até 2030.
Bolsonaro explicou que a decisão "pode ser anulada" e pediu aos adversários políticos que tenham coragem de o enfrentar em eleições.
"Se sou assim tão mau, que me derrotem nas urnas", desafiou o líder de extrema-direita.