16 mar, 2025 - 11:01 • Ana Kotowicz
O saldo é, para já, de 31 mortos e 101 feridos. No sábado, os Estados Unidos lançaram um ataque contra os houthis do Iémen, que têm atacado navios no Mar Vermelho — naquilo que dizem ser uma forma de apoiar o Hamas na sua luta contra Israel. Além de deixar uma ameaça ao movimento rebelde (“O inferno cairá sobre vós”), Donald Trump também avisou o Irão, o principal aliado dos houthis, para deixar de apoiar o grupo.
Este domingo, o Irão respondeu à ameaça do Presidente dos Estados Unidos e diz que retaliará contra qualquer ataque norte-americano. Já a Rússia, que mantém relações diplomáticas com Teerão, que, por seu lado, apoia os houthis, pediu à administração Trump que ponha fim ao uso da força.
Os números mais recentes de mortos e feridos foram divulgados pelo Ministério da Saúde dos rebeldes, depois de, no sábado, os Estados Unidos terem atacado a capital Saná, as províncias de Saada (noroeste) e Al-Bayda (centro), além da cidade de Radaa (centro). O Iémen é um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia.
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Ao mesmo tempo, Trump advertiu o Irão para deixar (...)
A resposta dos houthis — que a 11 de março anunciaram a intenção de voltar a atacar navios que acreditem estar ligados a Israel — foi de que a "agressão não vai ficar sem resposta". O ataque norte-americano foi o primeiro desde que Trump tomou posse como Presidente.
Numa declaração transmitida pelo canal Al-Massirah, fundado pelos houthis, ficou claro o caminho que os rebeldes vão seguir: "As nossas forças armadas estão prontas para responder à escalada com escalada."
"Não ameacem o povo norte-americano, nem o seu Presidente. E se o fizerem, tenham cuidado, porque a América vai atribuir-vos toda a responsabilidade e não vos faremos nenhum favor", ameaçou, no sábado, Donald Trump, falando diretamente para Teerão.
Na resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que os Estados Unidos "não têm direito de ditar" a política externa do país. Na rede social X, Abbas Araghchi pediu o "fim da matança do povo iemenita".
Horas depois, falou o chefe dos Guardas da Revolução, em declarações à à televisão estatal. "O Irão não procura a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas adequadas, resolutas e definitivas" a qualquer ataque.
Para o Irão, os houthis fazem parte do "eixo de resistência" a Israel, onde inclui o Hamas e o Hezbollah libanês.
No sábado à noite, os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia conversaram ao telefone, uma iniciativa de Washington. Durante esse telefonema Marco Rubio informou Sergei Lavrov sobre as operações militares.
"O secretário de Estado informou a Rússia sobre as operações militares de dissuasão dos EUA contra os houthis apoiados pelo Irão e sublinhou que os contínuos ataques dos houthis a navios militares e de carga dos EUA no Mar Vermelho não serão tolerados", lê-se num comunicado da administração norte-americana.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, também em comunicado, declara que, "em resposta ao argumento apresentado pelo representante dos EUA, Sergei Lavrov enfatizou a necessidade de todas as partes cessarem imediatamente o uso da força".
Desde novembro de 2023, um mês depois dos ataques do Hamas de 7 de outubro, os houthis começaram a atacar navios ao largo da costa do Iémen, que acreditam estar ligados a Israel. Entre as embarcações atacadas, já houve navios dos Estados Unidos e do Reino Unido. Em janeiro, cessaram os ataques depois de ter sido assinado um cessar-fogo entre Israel o Hamas.
De acordo com o Pentágono, os houthis atacaram 174 vezes navios de guerra norte-americanos e 145 vezes navios comerciais desde 2023.