16 mar, 2025 - 17:37 • Olímpia Mairos , com Lusa
O número de mortos do ataque israelita de sábado no norte de Gaza aumentou este domingo para 10, depois de a última vítima ter morrido na sequência dos ferimentos. A informação foi divulgada pelo Hamas.
O ataque de sábado em Beit Lahia foi o que mais matou pessoas desde a entrada em vigor do cessar-fogo, a 19 de janeiro.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, das vítimas mortais, pelo menos quatro eram profissionais da comunicação social (Bilal Abu Matar, Mahmud al Sarraj, Bilal Aqila e Mahmoud Isleem).
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Segundo o exército israelita, o ataque foi a uma "célula terrorista" cujos membros operavam "sob a cobertura de jornalistas" na zona de Beit Lahia, utilizando um 'drone' para perpetrar ataques terroristas contra as tropas. O exército alegou que esse 'drone' teria sido usado sistematicamente pela Jihad Islâmica.
Já, o Ministério da Saúde do Governo do Hamas na Faixa de Gaza disse no sábado que o ataque tinha como alvo uma missão da Fundação Al Khair, uma instituição de caridade muçulmana.
Em declarações à BBC, Qasim Rashid Ahmad, fundador e presidente da instituição de solidariedade, garantiu que a equipa estava na área para montar tendas e documentá-las para os esforços de promoção da própria instituição.
O responsável explicou que os operadores de câmara voltaram para o carro e foram atingidos, enquanto outros membros da equipa que correram para o local foram atingidos por um ‘drone’ israelita que os seguiu quando foram para o segundo carro da instituição de caridade.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos acusou Israel de realizar “ataques sistemáticos a jornalistas palestinianos, que arriscam suas vidas para relatar a verdade e expor os crimes israelitas ao mundo”.
Apesar do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, em vigor desde 19 de janeiro de 2025, e enquanto prosseguem as negociações indiretas entre o Hamas e Israel para a sua prorrogação, cerca de uma centena de palestinianos morreu em ataques israelitas quase diários, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.
Segundo uma contagem feita em fevereiro pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 83 profissionais palestinianos foram mortos em Gaza em 2024 pelos militares israelitas.
Em outubro de 2024, os Repórteres Sem Fronteiras noticiaram que mais de 140 jornalistas foram mortos em Gaza pelo Exército israelita desde o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2003, em Israel, que desencadeou a guerra.