18 mar, 2025 - 01:14 • Miguel Marques Ribeiro , Carolina Paredes com Reuters
Israel voltou a atacar a Faixa de Gaza durante a madrugada desta terça-feira, matando mais de 330 civis, incluindo crianças. Os serviços de emergência palestinianos adiantam que Israel terá concretizado 35 ataques aéreos no território, que atingiram cidades como Gaza, Rafa e Khan Yunis.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alegou que deu instruções para a realização dos bombardeamentos depois do grupo islamita ter recusado todas as propostas que lhe foram feitas nas últimas semanas, para libertar os reféns que continuam cativos e dar continuidade ao processo de paz.
Um responsável do Ministério da Saúde palestiniano, Mohammed Zaqout, disse à agência de notícias France-Presse que foram registados "mais de 330 mortes, a maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos, dezenas dos quais estão em estado crítico".
De acordo com a agência de notícias palestiniana Sanad, ligada ao Hamas, dezenas de pessoas foram mortas em ataques na cidade de Khan Yunis, incluindo membros de duas famílias que estavam nas suas casas quando foram bombardeadas pelo exército israelita.
Além dos ataques aéreos, foram também registados disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza, indica a mesma fonte.
Um dirigente do Hamas adiantou à agência Reuters que, com estas ações, Israel está a pôr fim, de forma unilateral, ao acordo de cessar-fogo.
Em declarações à Fox News, a Casa Branca informou ter sido consultada pelas autoridades israelitas antes da realização dos ataques.
O embaixador de Israel nas Nações Unidas avançou que o Conselho de Segurança da ONU reúne esta quarta-feira para discutir a situação na Faixa de Gaza.
Através de um vídeo publicado nas suas redes sociais, Danny Danon disse, ainda, que Israel "não terá piedade dos inimigos".
"Israel não vai parar até que todos os reféns voltem para casa. Deixaremos bem claro ao Conselho de Segurança que se quiserem parar a Guerra em Gaza terão de garantir que os reféns regressarão a Israel", acrescentou o embaixador de Israel nas Nações Unidas.
Segundo a Associated Press, o Hamas ainda detém 59 reféns. Israel acredita que dos 59, apenas 24 continuam vivos.
[notícia atualizada às 07h20]