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Trump acusa juiz que suspendeu deportação de venezuelanos de ser "lunático radical"

18 mar, 2025 - 17:43 • Lusa

O Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu esta terça-feira a demissão do juiz.

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu hoje a demissão do juiz que ordenou a suspensão da recente deportação de mais de 200 venezuelanos para El Salvador, chamando-lhe "lunático radical de esquerda".

"Este lunático da esquerda radical, arruaceiro e juiz agitador que foi infelizmente nomeado pelo [ex-Presidente dos Estados Unidos] Barack Hussein Obama não foi eleito Presidente" nem "ganhou nada", escreveu Trump na rede social Truth Social.

Os comentários de Trump foram feitos depois de o juiz distrital James Boasberg, do distrito de Columbia, ter emitido uma ordem, no sábado, a suspender o envio, nesse dia, para El Salvador, de mais de 200 venezuelanos acusados de fazerem parte do gangue criminoso 'Tren de Aragua' no âmbito da Lei dos Inimigos Estrangeiros.

A lei, que remonta a 1798, só foi utilizada três vezes na História: durante a guerra de 1812 contra as tropas britânicas e durante as duas Guerras Mundiais.

A decisão de Boasberg não impediu que os três aviões que transportavam os venezuelanos deportados --- um dos quais nem sequer tinha levantado quando o juiz emitiu a ordem de devolução dos detidos a solo norte-americano --- aterrassem em El Salvador.

"Ganhei por muitos motivos, num mandato muito complexo, mas a luta contra a imigração ilegal pode ter sido a principal razão para esta vitória histórica. Estou simplesmente a fazer o que os eleitores queriam que eu fizesse", sublinhou Trump, na sua mensagem.

"Este juiz, como muitos dos juízes corruptos perante os quais sou forçado a comparecer, deve ser afastado do cargo! Não queremos criminosos agressivos, violentos e dementes, muitos dos quais são assassinos transtornados, no nosso país", concluiu.

Na segunda-feira, o Departamento de Justiça dos EUA pediu a um tribunal de recurso que retirasse o juiz Boasberg do caso das deportações, alegando ter havido um "exercício inapropriado de jurisdição".

No mesmo dia, um procurador-geral adjunto avisou Boasberg que este não tem autoridade para ditar a política nacional de imigração.

Um dos advogados que representam cinco dos venezuelanos deportados alertou para a "crise constitucional" que o caso representa, enquanto vários membros da Administração Trump insistem em condenar publicamente os juízes que bloqueiam as medidas, questionando a separação de poderes nos EUA.

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