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Milhares de israelitas exigem demissão de Netanyahu em Jerusalém

19 mar, 2025 - 10:05 • João Malheiro com Lusa

Em dois dias, a ofensiva israelita já matou mais de 400 palestinianos. Benjamin Netanyahu disse que este é apenas o início de uma nova vaga de ataques contra o Hamas.

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Milhares de pessoas manifestam-se esta quarta-feira, em Jerusalém, contra Benjamin Netanyahu.

Os israelitas estão concentradas junto à residência oficial do primeiro-ministro, exigindo a sua demissão.

Em causa estão os receios quanto ao que poderá acontecer aos reféns que permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, depois de Netanyahu ter decidido quebrar o cessar-fogo com o Hamas.

Em dois dias, a ofensiva israelita já matou mais de 400 palestinianos. Benjamin Netanyahu disse que este é apenas o início de uma nova vaga de ataques contra o Hamas.

A maioria dos bombardeios israelitas desta quarta-feira ocorreu no sul do enclave palestiniano, perto da zona humanitária de Mawasi, que o exército tinha estabelecido meses antes como um "refúgio seguro" para pessoas deslocadas de outras áreas atacadas e onde milhares de moradores de Gaza ainda vivem em tendas.

A agência de notícias palestiniana Wafa, citando fontes locais, relata que os ataques israelitas aconteceram com recurso a 'drones' e aviões de guerra, que tinham como alvo tendas onde mulheres e crianças dormiam.

O exército israelita apelou à população de Gaza para que saia das "zonas de combate perigosas" no norte e no sul do território palestiniano, um dia após bombardeamentos que causaram mais de 400 mortos, segundo o Hamas.

"Esta ordem de evacuação aplica-se às regiões de Beit Hanoun (norte), Khirbet Khuza'a, Abasan al-Kabira e Abasan al-Jadida (sul), onde o exército "iniciou operações contra grupos terroristas", escreveu o porta-voz do exército, Avichay Adraee, na rede social X.

Hamas quer manter negociações de paz

O movimento islamita Hamas afirmou hoje que continua disponível para negociações com Israel, sublinhando que não é preciso um novo acordo, apesar dos bombardeamentos israelitas sobre Gaza na terça-feira que provocaram mais de 400 mortos.

Horas antes, Osama Hamdan, um alto responsável do Hamas, tinha confirmado a existência de "contactos" com o Qatar e o Egito para tentar que Israel parasse com os seus bombardeamentos, que continuaram na madrugada desta quarta-feira.

"Não encerrámos a porta às negociações", disse Taher al-Nunu, um dos porta-vozes do Hamas, garantindo ainda que o grupo islâmico aceitou as propostas apresentadas pelo enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e pelo enviado dos Estados Unidos nas negociações para a libertação dos reféns em Gaza, Adam Boehler.

O porta-voz reiterou que os Estados Unidos são "cúmplices" dos mais recentes bombardeamentos no enclave palestiniano, uma vez que "foram premeditados".

Al-Nunu afirmou que "se [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu estivesse a falar a sério, um acordo teria sido alcançado em horas", acrescentando que "as ações da ocupação não lhes vão permitir alcançar qualquer objetivo".

Alertou ainda que se os militares israelitas lançarem uma nova incursão terrestre, o grupo "não terá outra opção a não ser defender o povo palestiniano".

Por outro lado, Al-Nunu informou que mais de 70% dos mortos nos bombardeamentos de terça-feira são mulheres, crianças e idosos, assim como "um grupo de líderes governamentais - em referência a vários altos responsáveis do Executivo liderado pelo Hamas no enclave - e responsáveis pela entrega de ajuda humanitária aos cidadãos de Gaza".

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