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Polémica

Ben & Jerry's acusa Unilever de despedir CEO devido a ativismo social e político

20 mar, 2025 - 19:50 • Redação

Segundo a queixa judicial apresentada na terça-feira, o despedimento foi apresentado a 3 de março sem consulta prévia da direção da fabricante de gelados, o que viola o contrato.

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O fabricante de gelados norte-americana Ben & Jerry’s acusou a empresa-mãe Unilever de demitir ilegalmente o CEO David Stever, como resposta ao ativismo social e político praticado pela fabricante de gelados.

Numa queixa judicial apresentada esta semana, a Ben & Jerry’s afirmou que a Unilever informou a direção no dia 3 de março que removeria o atual diretor-executivo David Stever e o substituiria, decisão que viola o acordo de fusão com a holding (empresa líder do conglomerado), uma vez que qualquer decisão de demissão do presidente executivo deve acontecer após uma consulta da administração da empresa de gelados.

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“Infelizmente, apesar de tentativas consecutivas de envolver a direção e seguir os procedimentos corretos, ficamos desapontados com a confidencialidade da conversa sobre a carreira de um funcionário ter sido tornada pública”, refere um comunicado publicado pela Ben & Jerry’s.

A empresa alega também, na queixa, que a demissão de David Stever é mais um passo numa tendência de censura por parte da Unilever conta a fabricante de gelados, que tem assumido a tomada de posições políticas. “A Unilever tem constantemente ameaçado os funcionários da Ben & Jerry’s , incluindo o CEO David Stever, caso não cumprissem com os esforços da Unilever em silenciar a Missão Social”, pode ler-se na queixa.

Esta não é a primeira vez que a fabricante de gelados entra em conflito com a Unilever. Em novembro, a Ben & Jerry’s processou a empresa cabeça do conglomerado, acusando-a de silenciar declarações de apoio aos palestinianos, devido à situação na Faixa de Gaza.

Nessa queixa, foi referido também que a Unilever recusava a publicação nas redes sociais de temas que pudessem ser problemáticos no novo mandato do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como o salário mínimo, a saúde universal ou o aborto.

Em 2000, a Ben & Jerry’s foi adquirida pela Unilever por 326 milhões de dólares. Na altura, o fabricante de gelados considerou a parceria importante para a expansão da sua missão social.

No ano seguinte, foi anunciado que a marca iria deixar de servir os colonatos israelitas na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, como forma de protesto.

Em maio de 2024, a Unilever anunciou que iria fazer a separação o seu negócio de gelados no fim de 2025 como uma parte de uma reestruturação maior. A Unilever é também conhecida por marcas como a Dove, a Knorr, Rexona ou a Hellmann’s.

A nova queixa complementa o processo apresentado em novembro.

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