22 mar, 2025 - 17:00 • Lusa
Pelo menos 125 mil pessoas foram deslocadas na Faixa de Gaza por ataques israelitas e ordens de evacuação desde que Israel quebrou o cessar-fogo na manhã de terça-feira, anunciou este sábado a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).
"Cerca de 125 mil pessoas foram deslocadas desde que o cessar-fogo foi quebrado. Isto inclui movimentos no norte e no leste", indicou à agência EFE Sam Rose, diretor de operações da UNRWA no enclave palestiniano.
Guerra Israel-Hamas
Hamas avisa que Israel está a pôr fim, de forma un(...)
Israel ordenou à população que se retirasse das zonas orientais de Khan Yunis, no sul da Faixa de Faza Gaza), bem como da cidade vizinha de Beni Suheila, o que levou a deslocações para as zonas próximas da costa.
No norte, o Exército Israelita ordenou aos habitantes de Beit Hanoun, no canto nordeste do enclave, e de Beit Lahia, a noroeste, que se retirassem.
Depois, alargou as ordens de evacuação a três zonas costeiras entre Beit Lahia e a Cidade de Gaza.
Todas estas áreas eram adjacentes à "zona tampão" de onde as tropas israelitas se retiraram durante o cessar-fogo que vigorava desde 19 de novembro.
"Na verdade, há muito tráfego na estrada costeira, em ambos os sentidos", descreveu Rose.
As Forças de Defesa de Israel retomaram na semana passada uma invasão terrestre no território palestiniano, com operações em Beit Lahia e a ocupação parcial do corredor Netzarim, onde já se tinham posicionado antes do cessar-fogo para separar o norte do sul do enclave.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
Israel ordenou à população do norte que seguisse para sul pela autoestrada costeira Rashid, que atravessa a Faixa de Gaza de uma ponta à outra, enquanto bloqueava o acesso à autoestrada Salah al-Din, que segue em paralelo, mas está perto da fronteira.
Nas suas ordens de evacuação, o Exército redirecionou os habitantes para uma "zona segura" que estabeleceu em Mawasi (sudoeste), embora nos últimos dias o local, que ficou preenchido com tendas de deslocados, tenha sido também alvo de bombardeamentos.
Estes ataques interromperam uma trégua iniciada em 19 de janeiro com o grupo islamita Hamas, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.
No seu último balanço, as autoridades locais da Faixa de Gaza, controladas pelo Hamas, indicaram que pelo menos 634 pessoas morreram em resultado da vaga recente de ataques israelitas e outras 1.172 ficaram feridas.