25 mar, 2025 - 00:26 • Redação
Uma juíza federal nos Estados Unidos afirmou, esta segunda-feira, que o tratamento dado a imigrantes venezuelanos deportados pela administração Trump foi inferior ao prestado a suspeitos de colaborarem com o regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
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As declarações foram feitas pela juíza Patricia Millet, durante uma audiência judicial, em Washington, no âmbito de um processo que envolve a deportação de alegados membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, considerada pelas autoridades norte-americanas como uma organização criminosa transnacional.
“O tratamento dado aos nazis ao abrigo da Lei dos Inimigos Estrangeiros foi melhor do que o que aconteceu aqui”, declarou a juíza, citada pelo The Guardian.
“Havia um avião a transportar várias pessoas, sem que existissem procedimentos em vigor para as notificar. Aos suspeitos nazis foram dados conselhos de defesa e estavam sujeitos a regras processuais, o que não aconteceu com estes indivíduos.”
Segundo Patricia Millet, os migrantes deportados não foram notificados nem informados do seu destino.
“Não houve qualquer atuação regulamentada por parte dos responsáveis das agências envolvidas. Não foi dada a essas pessoas a oportunidade de apresentar pedidos de habeas corpus ou qualquer outro mecanismo legal para contestar a sua expulsão ao abrigo da Lei dos Inimigos Estrangeiros”, criticou.
A administração de Donald Trump recorreu à Lei dos Inimigos Estrangeiros — diploma invocado apenas três vezes na história do país, nomeadamente durante a Segunda Guerra Mundial, para deter e deportar cidadãos japoneses, alemães e italianos.