Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Rússia quer ordem dos EUA a Kiev para garantir comércio no Mar Negro

25 mar, 2025 - 13:19 • Lusa

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguei Lavrov insiste que a Rússia precisa de garantias claras sobre o comércio no Mar Negro.

A+ / A-

A Rússia exigiu esta terça-feira uma ordem dos Estados Unidos à Ucrânia para um acordo sobre a navegação comercial no Mar Negro e apelou ao levantamento das restrições ao comércio de cereais e fertilizantes russos.

"A nossa posição é simples: não podemos confiar na palavra dessa pessoa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, a uma televisão russa, referindo-se ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência espanhola EFE.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Lavrov insistiu que a Rússia precisa de garantias claras sobre o comércio no Mar Negro.

"Estas garantias só podem ser o resultado de uma ordem de Washington a Zelensky", afirmou Lavrov, também citado pela agência francesa AFP

Lavrov exigiu igualmente que a Rússia deixasse de ser excluída do mercado mundial de fertilizantes e cereais devido às sanções ocidentais por ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022.

O ministro disse que a Rússia é "a favor da retoma da iniciativa do Mar Negro sob uma forma mais aceitável para todos".

Referiu que a questão foi debatida como uma prioridade nas conversações com representantes dos Estados Unidos que decorreram na segunda-feira na Arábia Saudita.

Lavrov afirmou que Moscovo quer que "o mercado dos cereais e o mercado dos fertilizantes sejam previsíveis" para que ninguém tente retirar a Rússia destes mercados.

Segundo Lavrov, a Rússia está preocupada com a situação alimentar em África e noutros países do Sul global que disse terem sofrido com "os jogos do Ocidente", de acordo com a agência russa TASS.

A chamada Iniciativa do Mar Negro esteve em vigor entre 2022 e 2023, permitindo s exportação de cereais ucranianos, vitais para o abastecimento alimentar mundial, que estavam retidos nos portos do país cercados pela Rússia.

A Rússia retirou-se do acordo ao fim de um ano, queixando-se de que o Ocidente não estava a honrar os compromissos de aliviar as sanções sobre as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.

O acordo teve mediação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da Turquia, país onde funcionou uma comissão conjunta de inspeção dos navios envolvidos no transporte dos cereais ucranianos por Moscovo recear que transportassem armas para Kiev.

Durante a vigência do acordo, saíram da Ucrânia cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas, o que afastou o cenário de insegurança alimentar mundial.

Posteriormente, a Ucrânia conseguiu continuar a exportar cereais por outras rotas seguras.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Só para rir
    25 mar, 2025 Kiev 15:02
    A Rússia quer que os EUA deem ordens à Ucrânia, porque não podem confiar no Zelensky... Isto deve dar no minimo uma estrondosa gargalhada... Um país desacreditado como a Rússia a falar em "confiança"... Vê-se logo a sabotagem em curso de qualquer acordo.

Destaques V+