25 mar, 2025 - 15:06 • João Pedro Quesado com Reuters
Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram esta terça-feira ter alcançado acordos separados com a Ucrânia e a Rússia para assegurar a navegação segura no Mar Negro, e implementar uma proibição de ataques contra infraestruturas de energia nos dois países. O acordo foi anunciado pela Casa Branca.
"Os Estados Unidos e a Rússia acordaram assegurar a navegação segura, eliminar o uso de força, e prevenir o uso de embarcações comerciais para propósitos militares no Mar Negro", afirmou a Casa Branca em comunicado, anunciando ainda que os EUA vão "ajudar a restaurar o acesso da Rússia ao mercado mundial de exportação de produtos agrícolas e fertilizantes, baixar os custos dos seguros marítimos e melhorar o acesso a portos e aos sistemas de pagamento para essas transações".
Separadamente, a Ucrânia anunciou, através do ministro da Defesa Rustem Umerov, que concordou "assegurar a navegação segura, eliminar o uso de força, e prevenir o uso de embarcações comerciais para propósitos militares no Mar Negro", utilizando exatamente as mesmas palavras que o comunicado norte-americano sobre o acordo com a Rússia.
Umerov afirmou, na rede social X (antigo Twitter), que qualquer movimento por embarcações militares russas fora da parte leste do mar Negro será uma violação do espírito do acordo.
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, disse que o acordo sobre o mar Negro e as infraestruturas de energia entrou em vigor imediatamente esta terça-feira, e que pediria mais armas e sanções sobre a Rússia a Donald Trump caso Moscovo quebre o acordado.
"Se os russos violarem isto, então tenho uma questão direta para o Presidente Trump. Se eles violarem, aqui está a prova - pedimos sanções, pedimos armas", afirmou Zelensky numa conferência de imprensa, em Kiev.
De acordo com o Kremlin, o regresso da Iniciativa de Grãos do Mar Negro também está na agenda das negociações. A iniciativa era um acordo entre Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas para permitir a exportação de cereais a partir dos portos de Odessa, Yuzhne e Chornomorsk, na Ucrânia, através de uma rota assegurada pela Turquia. Depois de três renovações, o acordo expirou em julho de 2023.
A Casa Branca afirmou que Washington vai continuar a mediar as negociações para alcançar uma "paz duradoura".
As delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos estavam, esta terça-feira, em negociações na Arábia Saudita.
[notícia atualizada às 16h50]