26 mar, 2025 - 16:15 • Pedro Mesquita , João Malheiro
O embaixador Martins da Cruz refere que as recomendações e iniciativas de prevenção de casos de emergência divulgados pela Comissão Europeia esta quarta-feira revelam "uma certa paranoia que parece estar a gerar problemas em alguns responsáveis da Comissão Europeia".
A União Europeia (UE) está a preparar-se para casos de emergência - por causas naturais, como incêndios ou inundações, ou humanas, como acidentes ou conflitos -, mas só em julho, quando se começa a debater o próximo orçamento plurianual, avançará com uma estimativa de valor.
Bruxelas quer ainda integrar aulas de preparação nos currículos escolares e introduzir um Dia Europeu da Preparação, referindo que a chave é prever e antecipar as crises.
Em reação, à Renascença, Martins da Cruz não percebe o que é que motiva esta iniciativa de Bruxelas, até porque "não está prevista, nem é expectável nenhuma crise a curto prazo".
"Pelo contrário, até estão a decorrer neste momento negociações para um cessar-fogo e, depois, para a paz na Ucrânia. Portanto, as expectativas até são mais otimistas do que eram há uns dias atrás", considera.
O diplomata lamenta que esta comunicação da Comissão Europeia possa "provocar algum alarmismo" entre cidadãos menos informados. As recomendações são, nesta fase, "despropositadas", realça.
"Parece revelar alguma paranoia que existe em alguns membros, em alguns responsáveis da chamada bolha de Bruxelas", reitera.
O executivo comunitário anunciou em comunicado que quer ainda desenvolver critérios mínimos de preparação para os serviços essenciais, tais como hospitais, escolas, transportes e telecomunicações, melhorar a constituição de reservas de equipamentos e materiais críticos, melhorar a adaptação às alterações climáticas e a disponibilidade de recursos naturais essenciais, como a água.
Um cidadão bem preparado deve ter em casa reservas(...)