27 mar, 2025 - 19:20 • João Pedro Quesado
Os Estados Unidos da América continuam a acrescentar novas exigências ao acordo de minerais com a Ucrânia. De acordo com o "Financial Times", a administração de Donald Trump quer controlar os minerais e ativos energéticos da Ucrânia, sem oferecer garantias de segurança.
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Numa nova versão do acordo, enviado a Kiev no domingo, os EUA pedem o controlo de todos os recursos minerais, incluindo petróleo e gás, e de grandes ativos energéticos em todo o território ucraniano.
A Casa Branca quer ainda que a Ucrânia e os EUA criem um órgão de supervisão para controlar um fundo conjunto de investimento para dividir as receitas dos projetos de minerais, gás e petróleo da Ucrânia. Mas, em cinco membros da administração, os EUA querem ter três, o que dá um controlo efetivo do fundo.
Além de os projetos envolvidos nesse fundo incluírem os projetos do governo ucraniano e de empresas ucranianas, a nova proposta também abrange as infraestruturas ligadas à exploração de recursos naturais - estradas, ferrovia, gasodutos, portos e instalações de processamento.
Explicador Renascença
O interesse económico dos Estados Unidos poderá se(...)
Os fundos gerados pelos projetos seriam, assim, convertidos diretamente em dólares, e enviados para fora do país. Os EUA podem receber direitos sobre o fundo, com juros de 4%, e querem a prioridade sobre os projetos de infraestruturas, assim como poder de veto sobre as vendas de recursos por terceiros.
A proposta não inclui mudanças nas infraestruturas de energia nuclear da Ucrânia. Contudo, segundo o "Financial Times", os responsáveis ucranianos receiam que essa proposta possa surgir em negociações futuras.
As novas intenções da Casa Branca representam uma escalada face ao acordo económico alcançado no fim de fevereiro, e ainda uma a tentativa de Donald Trump de recuperar os milhares de milhões de dólares entregues pelos EUA em assistência militar.
No final de fevereiro, a Ucrânia aceitou um acordo com os EUA sobre a exploração de minerais raros, depois de os Estados Unidos terem recuado na exigência de receber 500 mil milhões de dólares em receitas - para pagar o apoio militar já dado à Ucrânia.