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Secretário-geral da NATO incentiva Portugal a gastar 2% do PIB em defesa já no verão

27 mar, 2025 - 23:34 • Lusa

Segundo estimativas da NATO relativas a 2024, Portugal apresentava apenas gastos do PIB em defesa de 1,55% e era um dos oito países da organização abaixo dos 2% acordados.

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O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, incentivou hoje Portugal e os Estados-membros ainda abaixo dos 2% do PIB nos seus gastos em defesa a ultrapassar esta fasquia no próximo verão, avisando que a organização precisa coletivamente de muito mais.

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Durante um colóquio realizado na Escola de Economia de Varsóvia, o dirigente da Aliança Atlântica afirmou que Espanha, entre outros países europeus, pretende alcançar aquela meta no verão, conforme o compromisso acordado pelos Estados-membros, que ganhou destaque com a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e com a chegada do republicano Donald Trump à liderança da Casa Branca.

Nesse sentido, Mark Rutte observou, citado pela agência EFE, que outros países, como Portugal e Itália, também estão a fazer este debate e incentivou-os a atingir a marca dos 2% até ao verão.

O objetivo é conseguir ultrapassar coletivamente esse limite consideravelmente, alertou, uma vez que é necessário "gastar muito, muito mais do que 2%".

Segundo estimativas da NATO relativas a 2024, Portugal apresentava apenas gastos do PIB em defesa de 1,55% e era um dos oito países da organização abaixo dos 2% acordados.

Na sua intervenção de hoje na capital polaca, o antigo primeiro-ministro dos Países Baixos avisou que não são apenas os aliados orientais da NATO que estão ameaçados por Moscovo, justificando que, "com a mais recente tecnologia de mísseis da Rússia, a diferença entre um ataque a Varsóvia e um ataque a Madrid é de dez minutos".

"Portanto, estamos todos no flanco leste: Amesterdão está no flanco leste, Londres está no flanco leste, até Washington está no flanco leste", declarou.

O secretário-geral da NATO mencionou a vontade de Espanha e de outros países de atingir em breve 2% do PIB em despesas de defesa como reação à tomada de posse de Donald Trump nos Estados Unidos e à mudança da abordagem de Washington ao conflito na Ucrânia.

"Sim, há alguns países que ainda não atingiram os dois por cento. Gostava de poder dizer que desde que assumi o cargo, em 01 de outubro, as coisas começaram a mudar. Mas isso não é verdade. Algo aconteceu em 20 de janeiro nos Estados Unidos, e vejam o que aconteceu depois", comparou, em alusão à data de posse de Trump, que, no passado, exigiu aos aliados um mínimo de 5% do PIB das suas despesas militares. .

Fontes do Governo espanhol afirmaram hoje que Espanha está "a trabalhar para atingir o compromisso de 2% o mais rapidamente possível", segundo a agência EFE, mas sem assumir ainda nenhum compromisso concreto.

Rutte comentou ainda que "não são os Estados Unidos que estão a obrigar os europeus a gastar mais na sua defesa, mas sim a Rússia", que provocou a atual situação de insegurança com o seu "ataque irrefletido" à Ucrânia em 2022.

Em referência às exigências de Washington para que os seus aliados da NATO aumentem os seus investimentos em defesa, Rutte afirmou que "a Europa deve estar ciente de que o "Tio Sam" a apoia, mas Washington também deve saber que os aliados da NATO estão à altura da tarefa: é justo".

Durante uma visita do secretário-geral da NATO a Lisboa em 27 de janeiro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que Portugal está disponível para antecipar "ainda mais" o calendário que prevê que o país atinja um investimento de 2% do PIB em defesa, que estava previsto para apenas ocorrer em 2029. .

O chefe do Governo explicou que o prazo para Portugal atingir o objetivo dos 2% - que, logo em seguida, o secretário-geral da NATO considerou insuficiente -- iria depender de uma "task force" criada entre os ministério dos Negócios Estrangeiros, Defesa Nacional, Economia e Finanças, e que poderia ainda ser alargada "a outras áreas da governação".

Comentários
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  • 2 caminhos
    03 abr, 2025 UE 09:57
    O dito "Bem-estar Social" só existia porque os camones asseguravam a Defesa da Europa, que aproveitando esse facto, cortava sucessivamente nos orçamentos militares, até ficar com Forças Armadas meramente simbólicas. Agora que os Camones não estão mais dispostos a fazer isso, a Europa tem 2 escolhas: ou torna a investir na industria militar europeia que permitirá o reequipamento dos exércitos europeus com material europeu - fora de causa fazer aquisições à industria dos EUA - mesmo que tenha de sacrificar uma parte do Social - aliás em caso de Guerra ou Ocupação russa, o "Social" deixa de existir - ou então toca a aprender russo, que vai ser necessário para falar com as tropas de ocupação.
  • JM
    29 mar, 2025 Seixal 11:28
    Os portugueses gastam o dinheiro em mulheres e vinho, não têm capacidade para gastar 2% do PIB em material de guerra, não é sr. Mark Rutte ? A saúde, educação, bem estar social que se lixe. Não aceito que os meus impostos sirvam para alimentar a indústria de armamento americana.
  • Em 2029, 3% e não 2
    28 mar, 2025 País 09:35
    Portugal até pode manter a data de 2029, mas aí terá de contribuir não com 2% mas com 2,5 a 3% do PIB, que será o novo normal. E pelo menos 70% das aquisições devem ser feitas a empresas europeias de armamento e o resto em partes iguais, dividido entre o produzido cá e o comprado a outros países, de acordo com Europa e de preferência, não aos EUA.

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