28 mar, 2025 - 16:05 • João Malheiro
O sismo em Myanmar e que também afetou a Tailândia arrasou edifícios na região e provocou mais de 140 mortos e 200 desaparecidos. Uma destruição que se deve a uma mistura entre circunstâncias naturais e fragilidades das infraestruturas dos países afetados.
Mas, afinal, por que é que o abalo foi tão impactante? A primeira pista é a localização de Myanmar, mesmo no meio de duas placas tectónicas, o que faz com que sofra atividade sísmica frequente.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
A divisão das duas placas faz, praticamente, uma linha que atravessa o país de norte a sul. No entanto, um sismo deste nível é raro e a maioria dos abalos não costumam provocar muito sobressalto.
O terramoto mais letal da última década foi registado em 2012. Com uma magnitude de 6.8, o sismo fez 26 mortos e dezenas de feridos.
Segundo o sismólogo britânico, Bill McGuire, citado pela Reuters, o abalo de Myanmar de 7.7 na escala de Richter desta sexta-feira "é provavelmente o maior" em três quartos de século. A contribuir para essa violência é o facto do epicentro do fenómeno ter ocorrido num ponto muito próximo da superfície.
De acordo com a agência norte-americana de atividade sísmica (USGS), o epicentro ocorreu a uma profundidade de apenas dez quilómetros. O impacto foi, assim, absorvido quase na totalidade pelos prédios e restantes infraestruturas da região, facilitando a sua destruição.
Devido à raridade de abalos graves na região, os edifícios de Myanmar não estavam equipados com a tecnologia necessária para resistir a este tipo de fenómeno. Os danos poderiam ter sido muito menores se as infraestruturas estivessem capacitadas para aguentar este tipo de impacto sísmico.
E quais serão as contas finais deste desastre? Segundo o USGS, as estimativas apontam para entre 10 mil a 100 mil mortos e custos financeiros que podem equivaler a 70% do PIB de Myanmar.