30 mar, 2025 - 12:30 • Lusa
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) apelou este domingo à angariação urgente de mais de 100 milhões de dólares (92,4 milhões de euros) para ajudar as vítimas do sismo em Myanmar.
"Para reforçar o nosso apoio, a FICV está a lançar um apelo de emergência para angariar 100 milhões de francos suíços (115 milhões de dólares) para ajudar 100.000 pessoas (20.000 agregados familiares)", explicou a maior rede humanitária do mundo.
Com o aumento das temperaturas e a chegada da estação das monções dentro de algumas semanas, as comunidades afetadas devem ser estabilizadas com urgência "antes que surjam crises de emergência secundárias", insistiu a FICV.
"Não se trata apenas de uma catástrofe, mas de uma crise humanitária complexa, que se vem juntar às vulnerabilidades existentes", afirmou Alexander Matheou, diretor regional da organização para a Ásia-Pacífico.
"A Birmânia [Myanmar] continua a enfrentar deslocações internas e insegurança alimentar. Este terramoto agrava uma situação já de si frágil. A comunidade mundial deve intervir para dar uma resposta corajosa e sustentável", acrescentou a FICV.
A Sociedade da Cruz Vermelha da Birmânia mobilizou voluntários formados para as operações de busca e salvamento, refere o comunicado.
Prestaram primeiros socorros, cuidados pré-hospitalares, distribuíram artigos de emergência, tais como cobertores, lonas e 'kits' de higiene, e enviaram equipas móveis de saúde.
Um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter provocou na sexta-feira vítimas mortais e o colapso de vários edifícios e monumentos em Myanmar, no Sudeste Asiático.
O sismo foi registado às 6h20 (hora portuguesa). Ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros (km), com epicentro a cerca de 17 km de Mandalay, a segunda cidade da Birmânia, com 1,2 milhões de habitantes, e 270 km a norte da capital Naypyidaw.
A junta militar birmanesa, que detém o poder desde o golpe de Estado de 2021, calculou hoje as vítimas do terramoto em 1.644 mortos, 3.408 feridos e 139 desaparecidos, segundo informação divulgada através do canal oficial de rádio e televisão (MRTV).