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França

Le Pen diz que condenação que a afasta de eleições é "uma decisão política"

31 mar, 2025 - 22:00 • João Malheiro

Para a figura do partido União Nacional, a decisão "não tem fundamento" e é uma violação do Estado de Direito.

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Marine Le Pen diz que a condenação por desvio de fundos europeus, com pena de inelegibilidade para cargos públicos, é uma "decisão política" por parte do Tribunal Penal de Paris.

Na sua primeira grande entrevista, desde que foi considerado culpada, a uma televisão francesa, a líder de extrema-direita diz que a decisão que a impede de se candidatar à presidência em 2027 foi premeditada.

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A acusação pediu que a pena, aplicada imediatamente, tenha a duração de cinco anos, mas a inelegibilidade não afeta o atual mandato de deputada no parlamento nacional. A pena, com execução provisória, é aplicada mesmo que Marine Le Pen decida recorrer da condenação. A pena apenas é anulada se Le Pen vencer um recurso.

"O Estado de Direito foi completamente violado pela decisão proferida", considera Le Pen, pois "impede um recurso efetivo" e "considera que o direito de autodefesa justifica a execução provisória". Para a figura do partido União Nacional, a decisão "não tem fundamento".

"Esta noite, há milhões de franceses que estão indignados num grau inimaginável, ao ver que, em França, os juízes têm práticas que pensávamos serem reservadas a regimes autoritários", critica.

Quando questionada se Jordan Bardella, porta-voz do partido do União Nacional, pode assumir a candidatura à presidência em 2027, Marine Le Pen não abriu o jogo, mas classificou-o como "um tremendo trunfo". No entanto, também realçou que não quer que o partido "tenha de usá-lo antes do necessário".

Marine Le Pen acredita, ainda, que vai continuar a ter vida política e pensa que "milhões de franceses" estarão do seu lado. "Não me vou deixar eliminar", garantiu.

Reagindo depois da condenação desta segunda-feira, Jordan Bardella anunciou que "a democracia francesa foi morta" - apesar de o sistema de justiça ser parte integrante da democracia, e ser importante para a sua regulação.

Além de Le Pen, também oito eurodeputados e 12 assistentes foram considerados culpados do crime de desvio de mais de quatro milhões de euros em fundos públicos. O tribunal considerou provado que os membros do partido conhecido até 2018 como Frente Nacional (agora União Nacional) utilizaram fundos do Parlamento Europeu para pagar membros do partido que trabalhavam em França.

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