31 mar, 2025 - 19:25 • João Malheiro
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel de ter morto, um a um, 15 trabalhadores humanitários, incluindo um funcionário da ONU. Os corpos foram deixados numa vala comum há cerca de oito dias no sul de Gaza.
O Crescente Vermelho Palestiniano já tinha revelado este domingo ter recuperado pelo menos 14 corpos de socorristas. Esta segunda-feira, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), citado pela Reuters, aponta que profissionais de saúde do Crescente Vermelho Palestiniano encontravam-se numa missão de salvamento de outros colegas humanitários, quando foram atacados por forças israelitas.
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O incidente terá ocorrido a 23 de março, apenas um dia depois da retomada dos ataques de Israel à região da Faixa de Gaza, quebrando um cessar-fogo acordado com o Hamas. Segundo o responsável da Ocha na Palestina, Jonathan Whittall, os corpos foram encontrados com os seus uniformes humanitários vestidos.
"Estavam aqui para salvar vidas. Em vez disso, acabaram numa vala comum", lamenta o responsável. No mesmo local, recuperou-se, igualmente, um veículo das Nações Unidas, enterrado na areia.
Do lado israelita, o exército defende que foi aberto fogo sobre veículos "que avançavam de forma suspeita sem qualquer sinal claro" e sem qualquer tipo de coordenação prévia.
Por sua vez, o Crescente Vermelho refere que a zona não era uma zona ativa de combate e não havia qualquer obrigação de comunicar movimentos a Israel.
Esta segunda-feira, as forças armadas israelitas ordenaram a evacuação de Rafah, o que é visto como um primeiro sinal de novas operações no terreno.
Na semana passada, Netanyahu reafirmou que o fim da guerra e a reconstrução da Faixa de Gaza devem seguir o plano apresentado pelos Estados Unidos.
Netanyahu vai viajar para a Hungria esta semana, apesar de sobre ele pender uma ordem de detenção do Tribunal Penal Internacional.
O líder israelita é acusado de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza.
Foram também emitidos mandatos de captura pelos mesmos crimes para o antigo chefe da Defesa israelita, Yoav Gallant, bem como para um líder do Hamas, Ibrahim Al-Masri.