06 abr, 2025 - 21:57 • Lusa
A procuradora-geral dos Estados Unidos defendeu este domingo a decisão de recorrer à pena de morte contra o alegado assassino do responsável de uma seguradora de saúde, reafirmando que a administração Trump o fará "sempre que possível".
"As instruções do Presidente são muito claras: devemos recorrer à pena de morte sempre que possível", disse Pam Bondi, na estação televisiva norte-americana Fox News.
Assim que regressou à Casa Branca, em 20 de janeiro, Donald Trump assinou uma ordem executiva que prevê sistematicamente a pena de morte para os crimes mais graves, bem como para o assassínio de polícias ou crimes cometidos por estrangeiros em situação ilegal no país.
A procuradora-geral anunciou, em 1 de abril, que tinha pedido aos procuradores federais que investigam o caso para pedirem a pena de morte para Luigi Mangione, acusado do assassínio, a 4 de dezembro, em Nova Iorque, de Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare, a maior seguradora privada de saúde dos Estados Unidos.
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O assassínio a sangue frio do executivo de 50 anos chocou o mundo e foi captado pelas câmaras de vigilância.
Mas muitas reações mostraram também a profunda raiva que os americanos sentem em relação aos programas de seguros de saúde, acusados de privilegiarem os lucros em detrimento dos cuidados de saúde, recusando reembolsos ou arrastando os procedimentos.
Desde a sua detenção, Luigi Mangione beneficiou de uma onda de simpatia nas redes sociais, com palavras-chave como "#freeluigi". Durante as audiências em que participou, várias dezenas de manifestantes reuniram-se ao pé do tribunal para denunciar o setor dos seguros de saúde privados.
"Se há um caso em que a pena de morte se justifica, é este", disse Pam Bondi, na estação televisiva, descrevendo o apoio de alguns jovens ao alegado assassino como "mal orientado".
"Procuraremos obter a pena de morte sempre que possível", insistiu.
A procuradora-geral minimizou, entretanto, a possibilidade de um terceiro mandato para Donald Trump, uma hipótese regularmente levantada pelo Presidente republicano.
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"Gostaria de o ter como Presidente durante 20 anos, mas penso que terminará provavelmente após este mandato", disse Bondi, admitindo que "seria longe de ser óbvio", em resposta à lembrança de que isso exigiria uma revisão da 22.ª emenda à Constituição, aprovada por uma maioria de dois terços no Congresso.
A responsável da Justiça também se congratulou com a primeira vitória da administração Trump, na sexta-feira, perante o Supremo Tribunal, na sua batalha legal contra os mais de 170 recursos contra as suas decisões.
O tribunal, de maioria conservadora, por uma votação de cinco contra quatro, anulou uma decisão de um tribunal inferior que suspendia o congelamento pelo Departamento de Educação de cerca de 64 milhões de dólares (58,4 milhões de euros) em bolsas de estudo.
A administração Trump tinha justificado o congelamento com a sua luta contra os chamados programas DEI (na sigla em inglês de diversidade, equidade e inclusão) para as minorias, alegando que eram uma forma de discriminação.
"Acabámos de obter uma grande vitória e vamos continuar a lutar todos os dias", afirmou Bondi.
Por outro lado, por uma maioria semelhante de cinco contra quatro, o Supremo Tribunal, em março, restabeleceu uma decisão judicial que ordenava à administração Trump que retomasse os pagamentos às organizações de ajuda internacional, estimados entre 1,5 mil milhões e 2 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões e 1,8 mil milhões de euros).