Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Palestina

Bloqueio de Israel pode provocar deficiência crónica a mais de 600 mil crianças em Gaza

06 abr, 2025 - 17:25 • Lusa

Bloqueio com mais de um mês impede vacinas de chegar a quem precisa. 1.150 bebés com menos de um ano foram mortos desde o início da guerra no território.

A+ / A-

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou este domingo que 602 mil crianças arriscam ficar paralisadas ou com deficiências crónicas devido a doenças para as quais faltam vacinas, devido ao bloqueio israelita ao acesso à ajuda.

O bloqueio vigora há mais de um mês.

Entre essas doenças estão a poliomielite, a tuberculose e a rubéola, disse à EFE Zaher al-Waheidi, diretor da unidade de saúde que contabiliza o número de mortes causadas pela guerra.

O ministério está atualmente a dar prioridade à imunização contra o rotavírus, que causa gastroenterite com diarreia grave em crianças com menos de cinco anos, explicou Al Waheidi: "Esta vacinação é a nossa principal prioridade".

A doença representa um risco para as crianças numa Gaza onde as temperaturas começam a subir e a água potável é escassa, especialmente depois de Israel ter cortado o fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza, afetando a sua central de dessalinização.

Além disso, a ofensiva israelita destruiu a maior parte dos poços de água do enclave.

"Obstruir a entrada de vacinas significa o colapso dos esforços efetuados nos últimos sete meses, com repercussões graves e catastróficas para um sistema de saúde enfraquecido e depauperado", sublinha o ministério em comunicado, no qual considera que o bloqueio do acesso das vacinas a Gaza, especialmente as vacinas contra a poliomielite, "constitui uma bomba-relógio que ameaça propagar a epidemia".

Israel mantém um bloqueio total desde 2 de março (dia em que o cessar-fogo deveria ter prosseguido na sua segunda fase) à entrada de ajuda em Gaza, o que limitou drasticamente o acesso a alimentos e medicamentos.

"Cinquenta e sete por cento dos medicamentos essenciais e 37% das provisões médicas estão em saldo zero", alertou o Ministério da Saúde.

Na véspera, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciara que 1.150 bebés com menos de um ano foram mortos desde o início da guerra no território, em 7 de outubro de 2023.

Segundo um relatório, entre as vítimas estão 274 bebés que nasceram e morreram "sob bombardeamento" e outras 876 crianças com menos de um ano que também morreram na sequência dos ataques israelitas contra o enclave palestiniano.

Segundo as autoridades sanitárias, 1,95 milhões de crianças estão em situação de insegurança alimentar grave e 345 mil estão numa fase catastrófica, com 12 mil em desnutrição severa.

A crítica situação sanitária na Faixa de Gaza foi ainda descrita na passada madrugada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) quando alertou que mais de um milhão de crianças estão sem assistência vital há mais de um mês na Faixa de Gaza, após o recomeço dos combates.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+