06 abr, 2025 - 17:10 • Lusa
Israel destruiu completamente 90% das casas de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, e isolou a cidade do resto do enclave, acusou este domingo aquela província, em comunicado citado pela agência EFE.
"Hospitais foram bombardeados pela ocupação [de Israel], ruas foram arrasadas, edifícios foram destruídos, mesquitas, mercados e praças públicas foram completamente arrasados", descreveu o autarca de Rafah, Ahmed Al Sufi, na nota.
Segundo o comunicado, o Exército israelita destruiu também 22 dos 24 poços de água, o que privou dezenas de milhares de famílias de água potável, e 85% das suas redes de esgotos, o que facilita a propagação de epidemias e doenças.
Além disso, 320 quilómetros de estradas foram completamente destruídos e arrastados, segundo o comunicado.
Ainda de acordo com a nota, o Ministério da Saúde palestiniano, tutelado pelo Hamas, registou a morte de dezenas de pessoas em Rafah nos últimos dias, "todas elas civis que tentavam regressar para inspecionar as ruínas das suas casas".
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)(...)
Doze dos centros médicos estavam também completamente fora de serviço, incluindo o Hospital Abu Yousef Al Najjar Martyr, que Israel destruiu "com um robô explosivo".
"A maternidade e o hospital indonésio também foram destruídos, bem como oito escolas e instituições de ensino", refere a nota, acrescentando que as forças israelitas destruíram total ou parcialmente uma centena de mesquitas e arrasaram milhares de hectares de terras agrícolas, árvores e estufas.
Após a quebra do cessar-fogo com o Hamas, a Faixa de Gaza é alvo de ataques diários por parte das tropas israelitas que, nos vinte dias desde que regressou à ofensiva, causaram 1.300 mortes em todo o território, assim como o bloqueio durante mais de um mês da entrada de ajuda humanitária.
"Isto exacerbou o sofrimento do povo palestiniano, que vive em condições trágicas, sem sequer as necessidades mais básicas da vida", afirma a província de Rafah, que tem uma área de 60 quilómetros quadrados (16% da faixa) e é habitada por aproximadamente 300.000 pessoas.
Rafah também faz fronteira com o Egito ao sul, uma área onde, de acordo com o comunicado, Israel destruiu uma área de 12.000 metros de comprimento e entre 500 e 900 metros de largura, arrasando 90% dos bairros residenciais, especialmente os de Al Salam, Al Brasil, Al Junaina e o campo de Rafah.