06 abr, 2025 - 05:11 • Lusa
"Explosões na capital. As defesas aéreas estão operacionais. Fiquem em abrigos!" anunciou Klitschko, acrescentando que equipas paramédicas foram destacadas para pelo menos três distritos de Kiev.
Incêndios ocorreram nestes bairros e pelo menos duas pessoas ficaram feridas no distrito de Darnytsky (sudeste), disse o autarca, na plataforma de mensagens Telegram.
"O ataque com mísseis a Kiev continua", escreveu Klitschko, especificando que as áreas afetadas eram "edifícios não residenciais".
Entretanto, o sistema de defesa aérea da Ucrânia reportou alertas para as regiões de Kharkiv, Mykolaiv e Odessa, e "mísseis que entraram na região de Chernihiv pelo norte e se dirigem para sul".
A vaga de ataques russos acontece um dia depois da Ucrânia ter rejeitado afirmações da Rússia de que as forças armadas ucranianas teriam atacado 14 instalações energéticas em solo russo, apesar da trégua acordada entre Moscovo, Kiev e Washington.
"O Ministério da Defesa russo está novamente a espalhar falsas declarações sobre a alegada 'violação' dos acordos de cessar-fogo da Ucrânia em instalações de energia", disse o Estado-Maior ucraniano, num comunicado no Telegram.
Acusando a Rússia de o fazer "apenas para desviar a atenção do mundo dos crimes que está a cometer contra a Ucrânia e os ucranianos", o Estado-Maior alegou que as forças de defesa "realizam ataques exclusivamente contra alvos militares do exército de ocupação russo".
"Em contrapartida, são os invasores russos que continuam a demonstrar a sua natureza insana, ignorando cinicamente qualquer acordo e realizando ataques impiedosos contra as infraestruturas civis ucranianas e contra cidades e aldeias comuns", sublinhou.
O Estado-Maior ucraniano recordou que, na sexta-feira, um míssil balístico russo com uma ogiva de fragmentação matou 19 pessoas, incluindo nove crianças, numa zona residencial na cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Além disso, adiantou que, nas últimas 24 horas, o exército russo atacou a Ucrânia com 92 'drones' Shahed, fabricados pelo Irão, lançou 171 bombas aéreas guiadas e utilizou a artilharia 6.353 vezes.
Como resultado dos ataques, foram danificadas instalações civis e infraestruturas críticas nas cidades de Sumy, Kharkov, Dnipropetrovsk, Poltava, Kiev, Zaporijia, Kherson, Chernobyl, Zhitomyr e outras regiões da Ucrânia, acrescentou.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, em setembro, anexou das regiões de Donetsk, Lugansk (leste), Zaporijia e Kherson (sul), apesar de não as controlar totalmente.
A Federação Russa já tinha anexado a península da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.