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Saúde pública

Sarampo já matou duas crianças não vacinadas nos EUA em 2025

06 abr, 2025 - 19:13 • João Pedro Quesado

As autoridades de saúde pública do Texas preveem que o surto de sarampo continue ativo ao longo de um ano. Doença tinha sido erradicada dos Estados Unidos em 2000, mas o atual secretário da Saúde, nomeado por Trump, tem promovido tratamentos com óleo de fígado de bacalhau e vitamina A em vez das cientificamente testadas vacinas.

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O sarampo está a voltar aos Estados Unidos da América (EUA). Uma segunda criança, com oito anos de idade, morreu na quinta-feira num hospital na cidade de Lubbock, no estado do Texas, devido a uma falência pulmonar por sarampo, segundo o The New York Times. É a segunda morte por sarampo numa década nos EUA.

As mortes fazem parte de um surto de sarampo que começou no oeste do Texas no final de janeiro. Esse surto já resultou em 480 casos de sarampo e 56 hospitalizações, e espalhou-se a estados vizinhos, com 54 casos no Novo México e dez no Oklahoma.

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Num email citado pela Reuters, um porta-voz do sistema de saúde em Lubbock afirmou que "uma criança de idade escolar que foi recentemente diagnosticada com sarampo faleceu", e que este "infeliz evento sublinha a importância da vacinação", já que a criança "não tinha problemas de saúde conhecidos subjacentes".

Além da criança não vacinada que morreu no Texas, em fevereiro – tornando-se na primeira morte por sarampo nos EUA em uma década –, outra pessoa não vacinada morreu no Novo México, no início de março, depois de ser diagnosticada com sarampo. Mas o sarampo ainda não foi confirmado como causa de morte nesse caso pelas autoridades de saúde.

As autoridades de saúde pública da região oeste do Texas preveem que o surto de sarampo continue ativo ao longo de um ano. Isso pode colocar em risco a eliminação do sarampo nos Estados Unidos, declarada em 2000, numa altura em que o novo secretário de Saúde do país, Robert F. Kennedy Jr., é criticado pela forma como tem lidado com o surto, e por continuar a exprimir ceticismo sobre as vacinas – em vez de defender a vacinação, tem promovido tratamentos não-científicos, como o uso de óleo de fígado de bacalhau.

De acordo com o The New York Times, a opção por tratamentos alternativos defendida por Robert F. Kennedy tem contribuído para as pessoas infetadas adiarem as necessárias idas ao hospital e ingerir vitamina A níveis tóxicos.

Nos EUA, o sarampo, que se transmite pelo ar através de gotículas respiratórias expelidas ao tossir ou espirrar, tem uma taxa de mortalidade de 1 a 3 mortes por cada 1.000 casos registados.

Em 2024, houve 285 casos de sarampo nos EUA resultantes de 16 surtos, um aumento em relação aos 59 casos de quatro surtos registados em 2023.

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