08 abr, 2025 - 14:15 • João Malheiro
A China considera que o vice-presidente dos Estados Unidos da América é "ignorante e mal-educado". Pequim responde, assim, a declarações de JD Vance que dizia que o país estava a receber empréstimos de "camponeses chineses".
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu aos jornalistas, esta terça-feira, que a expressão utilizada pela segunda figura do Estado norte-americano foi "surpreendente e triste". As declarações de Vance foram feitas na semana passada, durante uma entrevista à FOX News, em defesa das tarifas de 34% impostas à China.
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"Recebemos empréstimos de camponeses chineses para comprar o que os camponeses chineses produzem", referiu o vice-presidente dos EUA.
A China promete que vai continuar a "lutar até ao fim" contra o que diz ser uma postura de "bullying" por parte da administração Trump. O responsável do Governo chinês Lin Jian garante que a posição chinesa quanto às tarifas impostas pela Casa Branca "é muito clara".
Esta segunda-feira, Trump ameaçou impor novas tarifas de 50% à China se o país não retire os 34% de tarifas impostas aos EUA, em retaliação pela iniciativa norte-americana da semana passada.
O chefe de Estado norte-americano anunciou, igualmente, que qualquer tipo de negociação relativa às tarifas estão, neste momento, suspensas com a China.
A China ameaçou esta terça-feira "tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar os seus próprios direitos e interesses", em resposta à ameaça do Presidente dos EUA.
Em comunicado, o Ministério do Comércio disse que a imposição pelos EUA das "chamadas 'tarifas recíprocas'" à China é "completamente infundada e é uma prática típica de 'bullying' unilateral".
Pequim decidiu aumentar as suas tarifas aos EUA, depois de Trump ter anunciado tarifas alfandegárias que estabelecem um aumento universal de 10%, que entrou em vigor no sábado, e serão aumentadas, a partir de quarta-feira, para várias dezenas de parceiros comerciais dos Estados Unidos, como a União Europeia (20%) e a China (34%).
A resposta da China às tarifas anunciadas na quarta-feira pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, arrasou os mercados bolsistas mundiais, com os investidores a recearem uma recessão global.