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Guerra comercial

UE começa retaliação contra tarifas dos EUA pelo aço e sumos. Soja é a ameaça final

09 abr, 2025 - 14:21 • João Pedro Quesado

Países da União Europeia aprovaram a resposta europeia à guerra comercial iniciada por Donald Trump, atingindo 22 mil milhões de euros de exportações dos EUA. As tarifas europeias vão começar a ser aplicadas a 15 de abril, e chegam à soja (a maior exportação dos EUA) a 1 de dezembro.

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Está aprovada a primeira resposta da União Europeia às tarifas lançadas por Donald Trump contra o aço e alumínio europeus. Os países da UE aprovaram esta quarta-feira tarifas de 25% para a importação de mais de 1.500 produtos dos Estados Unidos da América, desde a agricultura à indústria, com a soja a ser dos produtos mais afetados.

As tarifas vão começar a ser aplicadas a 15 de abril, com a última parte a entrar em vigor a 1 de dezembro. Segundo a Comissão Europeia, os Estados-membro aprovaram a proposta do executivo comunitário, considerando as tarifas norte-americanas "injustificadas e prejudiciais" e causadoras de "danos económicos aos dois lados, assim como à economia mundial".

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Segundo o Público e o Politico, a Hungria foi o único país da União Europeia a votar contra o pacote, continuando o isolamento nos assuntos internacionais entre os 27. Nas redes sociais, o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros e Comércio afirmou que "o único caminho são negociações, não retaliação" – no comunicado, a Comissão Europeia aponta que a UE "afirmou a sua preferência clara para encontrar resultados negociados com os EUA".

Tarifas novas de abril até dezembro

As tarifas de 25% atingem 22,1 mil milhões de euros em mais de 1.500 produtos norte-americanos, com o pacote aprovado a incluir ainda o regresso de tarifas aplicadas em 2018 e 2020, como retaliação por tarifas lançadas então pelos EUA. As novas tarifas aplicam-se a 18 mil milhões de euros em exportações norte-americanas.

Segundo o Politico, há três datas de entrada em vigor de tarifas europeias. A primeira é o dia 15 de abril, anunciado esta quarta-feira, quando são retomadas as tarifas de resposta às primeiras taxas lançadas por Donald Trump, em 2018, e suspensas em 2021 por acordo com os EUA. Essas tarifas aplicam-se a sumos de laranja e arando, produtos de aço e alumínio, e produtos como maquilhagem, roupas e barcos.

Depois, a 16 de maio, entra em vigor uma taxa de 25% num segundo grupo de produtos importados aos Estados Unidos, como aço, carne, chocolate branco e polietileno. Numa última fase, a 1 de dezembro, a taxa de 25% vai ser aplicada sobre soja e amêndoas.

A soja é a maior exportação dos EUA incluída na lista de tarifas, e os Estados Unidos são o segundo maior produtor e exportador de soja do mundo. 82,5% das exportações norte-americanas de soja para a UE são do Louisiana, um estado tradicionalmente republicano, e o estado de origem do presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

Os produtos mais importados dos EUA que vão ser atingidos por tarifas são soja, plásticos, amêndoas descascadas, produtos de beleza, retrovisores, produtos de aço e ferro, pinturas, máquinas elétricas, polietileno e ainda produtos adesivos. A lista não inclui o whisky bourbon, tentando evitar tarifas dos EUA sobre os produtos alcoólicos europeus.

No primeiro mandato como Presidente, em 2018, Trump aplicou tarifas de 25% e 10% sobre as importações de aço e alumínio da UE (um total de 6,4 mil milhões de euros anuais), que provocaram uma retaliação europeia sobre 2,8 mil milhões de euros de produtos norte-americanos. Estas tarifas europeias estavam suspensas, por mútuo acordo com a administração de Joe Biden, até 31 de março de 2025, e foram agora retomadas.

[notícia atualizada às 15h55]

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  • Pouco e tarde
    09 abr, 2025 Europa 13:52
    Pouco e tarde. Porque não aumentam os impostos e estabelecem taxas, às gigantes digitais, Apple, Microsoft, google? É atingir os EUA onde dói, e não fazer cócegas na armadura...
  • Porque não sai?
    09 abr, 2025 UE 13:42
    A Hungria, sempre do contra. Se está sistematicamente contrária ao caminho da UE, de que estão à espera de a "convidar" a sair, e mesmo de iniciar um processo de Expulsão da UE? E no entretanto, suspender-lhe o direito de voto. E de Veto.

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