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Países emergentes juntam-se contra barreiras comerciais e "afrontamento dos EUA"

18 abr, 2025 - 11:26 • Lusa

Os 11 países BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita - reforçaram o compromisso de que, em situações excecionais que afetam um dos países membros, como a escassez de alimentos ou aumentos súbitos de preços, serão ativados mecanismos de cooperação para ajudar a nação afetada.

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O bloco dos BRICS ratificou na quinta-feira uma declaração conjunta no qual garantiram esforços para "remover as barreiras comerciais que são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio".

"Estamos empenhados em remover as barreiras comerciais que são inconsistentes com as regras da OMC e em trabalhar para fortalecer um sistema de comércio multilateral baseado em regras, não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo e transparente", lê-se na declaração conjunta da conclusão da reunião ministerial de Agricultura, que decorreu na quinta-feira em Brasília.

Mais cedo, em declarações à imprensa, o ministro da Agricultura do Brasil disse acreditar que a postura de afrontamento dos EUA e o seu "protecionismo sem precedentes" vai fortalecer ainda mais o bloco dos BRICS (grupo de países emergentes).

"Isso motiva-nos ainda mais para o fortalecimento desse bloco geopolítico. A afronta neste momento, por parte do Governo norte-americano, e um protecionismo sem precedentes, certamente nos induz ao fortalecimento do bloco e buscar novas oportunidades", frisou Carlos Fávaro, à margem de uma reunião dos ministros da agricultura deste bloco, que este ano é presidido pelo Brasil.

No Palácio do Itamaraty, em Brasília, citado pela imprensa local, o ministro brasileiro sublinhou ainda que o conflito comercial iniciado pelos EUA contra a China pode favorecer o mercado agropecuário brasileiro, que já é um dos maiores exportadores mundiais.

Este compromisso surge numa altura de extrema incerteza internacional, em resultado da guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs uma tarifa universal de 10%, embora a tenha aumentado para 145% para a China, membro dos BRICS.

Perante esta situação, os ministros da agricultura do chamado grupo de economias emergentes sublinharam que "o comércio global e o investimento continuam a ser importantes motores do crescimento agrícola".

Por outro lado, concordaram em "reforçar as reservas alimentares", investir em infraestruturas para o armazenamento de alimentos, promover "instrumentos de política pública com apoio a preços mínimos" e monitorizar os custos de produção para garantir o acesso a fatores de produção essenciais.

Desta forma, os países membros do grupo "procuram enfrentar a volatilidade dos preços, identificada como um dos principais desafios à segurança alimentar global", segundo o governo brasileiro em comunicado de imprensa.

Ainda na declaração conjunta, os 11 países membros reforçaram o compromisso de que, em situações excecionais que afetam um dos países membros, como a escassez de alimentos ou aumentos súbitos de preços, serão ativados mecanismos de cooperação para ajudar a nação afetada.

O fórum BRICS foi fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e inclui agora o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão e a Indonésia, bem como a Arábia Saudita, que foi convidada mas ainda não confirmou a sua adesão.

A reunião ministerial em Brasília terminará com a assinatura de um documento, que será depois discutido na cimeira que os chefes de Estado e de Governo dos BRICS realizam a 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

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