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Zelensky admite faltar ao funeral do Papa e reafirma que não cederá a Crimeia

25 abr, 2025 - 19:56 • Lusa

O Presidente ucraniano indicou que, se não puder comparecer no funeral de Francisco, o seu país estará representado "a um nível apropriado", através do ministro dos Negócios Estrangeiros e da primeira-dama.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, colocou esta sexta-feira em dúvida a sua presença no funeral do Papa Francisco, no sábado em Roma, no dia em que respondeu ao homólogo norte-americano, Donald Trump, insistindo que não planeia ceder a Crimeia.

"Se tiver tempo, estarei certamente lá", disse hoje Zelensky aos jornalistas, referindo-se a reuniões militares que deverá realizar nesse dia em Kiev e que ignora "quanto tempo vão demorar".

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O Presidente ucraniano indicou que, se não puder comparecer no funeral de Francisco, o seu país estará representado "a um nível apropriado", através do ministro dos Negócios Estrangeiros e da primeira-dama.

Dezenas de chefes de Estado, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, são esperados em Roma no sábado para as cerimónias fúnebres do pontífice argentino, que morreu na segunda-feira aos 88 anos.

Antes da sua viagem, Donald Trump admitiu hoje a possibilidade de se avistar na capital italiana com o homólogo ucraniano, que também já tinha sinalizado a disponibilidade para dialogar com "os amigos americanos".

Numa entrevista à revista Time, realizada na terça-feira e hoje divulgada, o líder norte-americano defendeu que a península ucraniana da Crimeia "ficará com a Rússia" e que "Zelensky compreende isto".

Trump justificou os seus argumentos com a prolongada presença russa no território.

"Eles [russos] já tinham os seus submarinos lá muito antes de qualquer período de que estamos a falar, há muitos anos. A população fala principalmente russo na Crimeia", sustentou, insistindo que o território "foi dado por [Barack] Obama, não foi dado por Trump", numa alusão ao ex-Presidente democrata, que estava no poder na Casa Branca em 2014.

Apesar da ocupação desde 2014, a anexação da península não é reconhecida pela generalidade da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, que lideraram o apoio ocidental a Kiev a partir da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Em reação, Zelensky reiterou hoje que considera a Crimeia pertencente à Ucrânia, sublinhando que a posição de Kiev sobre o território se mantém, apesar da pressão de Washington.

"A nossa posição mantém-se inalterada [...] todos os territórios temporariamente ocupados pertencem à Ucrânia", disse o Presidente ucraniano aos jornalistas, que tem recusado igualmente ceder as regiões de Dontesk e Lugansk, no norte do país, e de Zaporijia e Kherson, no sul, parcialmente conquistadas pelas forças russas.

Estas declarações surgem no dia em que Presidente russo, Vladimir Putin, e o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, discutiram hoje no Kremlin a possibilidade de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para chegar a uma solução pacífica para o conflito.

O Presidente norte-americano disse acreditar que "ambos os lados querem a paz, mas precisam de se sentar à mesa", lamentando uma espera que se prolonga "há muito tempo".

Ao mesmo tempo que se referiu a "uma grande pressão sobre a Rússia", advertiu que "a Ucrânia também precisa querer chegar a um acordo" e defendeu que Moscovo já fez "uma grande concessão" ao abdicar de controlar todo o país vizinho, numa sugestão de que pretende forçar Kiev a ceder parte do seu território.

A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kiev - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.

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