26 abr, 2025 - 20:17 • Fábio Monteiro
O filho de uma alta responsável da CIA morreu em combate na Ucrânia enquanto combatia ao lado das forças russas, avança o “Guardian” este sábado.
Michael Alexander Gloss, de 21 anos, era filho de Juliane Gallina, nomeada vice-diretora para a Inovação Digital da agência norte-americana em fevereiro de 2024.
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Gloss morreu a 4 de abril de 2024 na Europa de Leste, segundo o obituário publicado pela família, que omite referências à guerra na Ucrânia.
De acordo com o site “iStories”, Gloss assinou contrato com o exército russo em setembro de 2023 e foi integrado numa unidade de assalto, encarregue das operações mais violentas na linha da frente, na região de Soledar.
"Com o seu coração nobre e espírito guerreiro, Michael forjava a sua própria jornada heroica quando foi tragicamente morto na Europa de Leste", escreveu a família no obituário.
Criado na Virgínia por pais com carreira militar, Gloss envolveu-se em movimentos de igualdade de género e ambientais na universidade. Participou nas operações de socorro após o sismo de 2023 em Hatay, na Turquia, e demonstrava crescente desilusão com a política externa dos Estados Unidos, nomeadamente o apoio a Israel.
Amigos citados pelo “iStories” relataram que, durante a estadia na Turquia, Gloss radicalizou-se, consumindo vídeos de teor conspirativo e manifestando o desejo de se mudar para a Rússia. Após obter o visto, percorreu várias regiões do país antes de se alistar num campo de treino militar em Moscovo, onde treinou maioritariamente com soldados nepaleses.
Fontes próximas do jovem afirmam que Gloss não desejava combater, mas procurava a cidadania russa como forma de permanecer no país. Três meses após o recrutamento, foi enviado para a frente de combate na Ucrânia.
As circunstâncias da morte de Gloss permanecem incertas. Segundo um amigo, a família foi informada pelas autoridades russas, mas recebeu poucos detalhes adicionais. "Foi anunciado que morreu dentro das fronteiras da Ucrânia. Não sabemos se participou ativamente na guerra", explicou.
Não é claro se as autoridades russas realizaram verificações de segurança sobre Gloss ou se tinham conhecimento da identidade da sua mãe. A CIA foi contactada pelo “Guardian” para comentar o caso, mas não respondeu.