29 abr, 2025 - 01:55 • Diogo Camilo
Foi a 24 de abril, cinco dias antes do apagão desta segunda-feira que afetou Portugal e Espanha, que a petrolífera Repsol decidiu emitir um aviso a alguns dos seus principais clientes da suspensão de entregas na refinaria de Cartagena, no sudeste de Espanha.
"Um corte inesperado devido a problemas técnicos com o fornecimento de energia", foi a justificação. Na missiva, a que o El Mundo teve acesso, a Repsol fala de uma "falha elétrica grave, alheia à central", que obrigou a multinacional espanhola a ativar uma cláusula de "força maior".
O jornal espanhol refere que os mecanismos de proteção das refinarias são ativados após a deteção de falhas no sistema elétrico, como a que causou o apagão que afetou Espanha e Portugal esta segunda-feira.
A mesma carta fala de um incidente ocorrido a 22 de abril. No mesmo dia, um "excesso de tensão" levou ao disparo das proteções de duas estações de comboio na linha de alta velocidade entre Madrid (Chamartín) e as Austúrias (Pajares).
A situação foi alertada pelo próprio ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, nas redes sociais: "A sinalização devem ser restaurados. Esperamos que o trânsito volte ao normal em breve", escreveu.
No gráfico que acompanha a explicação, é possível ver que o momento de "excesso de tensão" aconteceu no mesmo período em que Portugal exportava eletricidade de Espanha, tal como França e Marrocos.
O jornal El Mundo refere ainda que na última semana foi registado um excesso de geração fotovoltaica, sempre nos mesmos horários, que supera a procura.