31 jul, 2015 - 18:26 • Liliana Carona
Um ano inteiro à espera das férias de Agosto. Para os emigrantes portugueses, é altura do tão ansiado reencontro com a família, mas ainda faltam alguns quilómetros. Na fronteira de Vila Formoso, chegam os rostos cansados, carros cheios de “souvenirs” do país onde ganham o sustento.
Ana Silva, 35 anos, vai para a Figueira da Foz. É empregada doméstica no Luxemburgo e explica que “também lá já está complicado”.
“Há portugueses a dormir na rua. Um senhor até lhes deu 10 euros para comer”, conta Ana Silva acerca do que vai ouvindo entre a comunidade portuguesa no Luxemburgo.
Noutro carro segue Rogério Neves, 42 anos. Este mecânico no Luxemburgo traz um nó na garganta, porque há dois anos que não vinha a Portugal.
“É uma viagem dolorosa, com muito cansaço, ficava mais barato ir a outros lados, do que a Portugal. O dinheiro não dá para tudo, a vida lá também não está fácil. Não é uma árvore que se abane e o dinheiro caia”, admite o emigrante que vai para Aveiro.
A GNR está a sensibilizar os condutores para a redução da velocidade e uso de cinto de segurança, no âmbito da operação “Hermes”, que decorre durante todo o fim-de-semana.
Cerca de 38 mil viaturas são esperadas este fim-de-semana na fronteira de Vilar Formoso, numa zona onde estão 230 militares destacados.
O alferes Ricardo Vieira, do destacamento de trânsito da GNR da Guarda, deixa alguns conselhos aos condutores que se aproximam da fronteira, nomeadamente "fazer uso do cinto da segurança e do sistema de retenção de crianças e, sobretudo, não beber se vão fazer o exercício da condução”.
Portugal é o país da saudade mas, mal se pisa território nacional, esquecem-se as tristezas e aumenta-se o volume de rádio. Mickael Carreira é o ídolo de Ana Silva: “A gente gosta de ouvir, é o nosso país”, diz com emoção na voz.