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Técnicos de Ambulância pedem demissão do presidente do INEM

08 out, 2015 - 10:15

Paulo Campos terá alegadamente violado os deveres profissionais ao privilegiar uma doente amiga, segundo as conclusões de um relatório da Inspecção-geral das Actividades em Saúde.

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O sindicato dos técnicos de ambulância vai voltar a pedir ao Governo a demissão do presidente do INEM após a recomendação da inspecção de saúde para lhe instaurar um processo disciplinar por ter accionado indevidamente um helicóptero.

"Vamos reforçar junto da tutela o pedido de demissão imediata do presidente do INEM. Já o tínhamos feito antes, quando os casos foram denunciados, mas vamos reforçar o pedido outra vez, porque este senhor não tem condições para estar no cargo.”

“Aliás, se tivesse decoro, já se tinha demitido há muito tempo", disse esta quinta-feira o presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE).

A Inspecção-geral das Actividades em Saúde (IGAS) recomendou ao ministro da tutela a instauração de um processo disciplinar ao presidente do INEM por ter privilegiado uma doente ao accionar um helicóptero.

Em causa está a conduta do médico e major Paulo Campos ao accionar um helicóptero para transportar uma doente terminal do Hospital de Cascais para o de Abrantes. O presidente do INEM terá violado os deveres profissionais ao privilegiar uma doente amiga.

A Renascença tentou contactar o presidente do INEM, mas Paulo Campos fez saber que não comenta conteúdos de que não tem conhecimento.

Presidente do STAE já esperava conclusões do relatório do IGAS

O presidente do STAE, Ricardo Rocha não ficou surpreendido com as conclusões do relatório do IGAS. "Surpreende-nos sim que o ministro da Saúde não o tenha demitido, que não tenha tomado uma decisão quanto ao caso", salientou. Ricardo Rocha disse que ainda não viu o relatório, mas tinha conhecimento do seu conteúdo.


"Agora, só esperamos que o Governo assuma as suas responsabilidades, que assuma que fez a escolha errada. Nós não somos loucos para denunciar coisas que não existem. Todas as coisas denunciadas até agora ocorreram e o IGAS é claro e acutilante diante da atitude do presidente do INEM", frisou.

O presidente do STAE disse ainda que vai aguardar por uma decisão do Ministério da Saúde quanto ao caso. "Se o IGAS diz que há procedimento disciplinar e o ministério não o demitir, então este [presidente do INEM] tem carta-branca para fazer aquilo que quiser", concluiu.

Também a comissão de trabalhadores do INEM, contactada pela agência Lusa adiantou esta quinta-feira que vai aguardar pela divulgação oficial do relatório e por uma decisão da tutela para se pronunciar sobre o assunto.

De acordo com a imprensa de hoje, a IGAS concluiu, no relatório de inquérito, que a actuação do presidente do INEM, Paulo Campos, foi "objectivamente ilegal".

No relatório, a IGAS indica que a conduta do presidente do INEM foi "contrária aos princípios gerais da ética e da boa gestão". Segundo a IGAS, "em função de um apelo particular, foi privilegiada uma doente sem que tal excepção fosse devidamente fundamentada e autorizada" Assim, a IGAS, considera que a conduta de Paulo Campos "é determinante de procedimento disciplinar, por ser contrária aos princípios gerais da ética, da boa gestão, por violação do princípio de interesse público, bem como por violação do princípio da especialidade.
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  • Alberto
    08 out, 2015 Funchal 10:36
    TAE são mecânicos de carros? Pessoal de saúde são médicos e enfermeiros

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