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Suspensão do longo curso da TAP no Porto terá "consequências irreparáveis" para o Norte

02 dez, 2015 - 12:16 • André Rodrigues

Empresários estão preocupados com eventual suspensão, pela TAP, de voos de longo curso de e para o Porto, uma denúncia feita pelo presidente da Câmara do Porto.

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O presidente da Associação Industrial do Minho (AIMinho), António Marques, diz que a região Norte enfrentará "consequências irreparáveis", caso se concretize a denúncia do presidente da Câmara do Porto, segundo a qual a TAP pode cortar voos de longo curso de e para o Porto,

"A região Norte é altamente exportadora e, se não tiver o longo curso, não são apenas as exportações que saem prejudicadas. Não nos podemos esquecer do turismo e da vida das pessoas, de uma maneira geral", diz António Marques, em entrevista à Renascença.

Apesar de o capital da TAP ser agora detido maioritariamente por privados - o consórcio Gateway -, o responsável da AIMinho diz-se "disponível para desafiar todas as associações e câmaras municipais do Norte e do Centro do país para fazer pressão junto do primeiro-ministro e do inistro da Economia para impedir essa situação, caso ela se concretize".

"As indústrias exportadoras concentradas na região Norte são aquelas que têm contribuído para o reequilíbrio económico do país", argumenta.

"Duro golpe"

Na mesma linha de argumentação, a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) mostra preocupação face à concretização do cenário apontado pelo presidente da Câmara do Porto.

O porta-voz da APICCAPS, Paulo Gonçalves, lembra que o sector do calçado concentra a quase totalidade das suas unidades fabris no Norte do país e exporta a quase totalidade daquilo que produz. "São 1.800 milhões de euros em exportações todos os anos", adianta, sublinhando "o enorme esforço do sector no sentido de diversificar os mercados de destino das exportações".

A estratégia para os próximos anos passa por levar calçado português a novos pontos do globo, como "a Colômbia, Chile, Perú, Estados Unidos, Rússia, China, Japão e Austrália", uma aposta que, para o porta-voz da APICCAPS, deveria traduzir-se "num reforço das viagens de longo curso a partir do Porto".

Se assim não for, "será um 'handicap' tremendo, um duro golpe na estratégia de sucesso trilhada ao longo dos últimos anos".

Opções tomadas sem ponderação

Embora a retirada dos voos de longo curso da TAP do aeroporto do Porto não passe, para já ,de uma mera possibilidade, o porta-voz da APICCAPS lamenta que haja "opções estratégicas que sejam tomadas sem que sejam estudadas todas as possibilidades".

Paulo Gonçalves sublinha que "o aeroporto Sá Carneiro tem sido fundamental como eixo de abordagem a um conjunto de novos mercados", pelo que seria lamentável que "este aeroporto, que é um dos mais modernos a nível europeu, fosse transformado apenas num epicentro de viagens de baixo custo".

Comentários
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  • Francisco Sousa
    02 dez, 2015 Braga 14:36
    Como eu adoro ler os comentários políticos que por aqui andam... desde os "ditos da esquerda" , como os "ditos da direita", tecnicamente todas estas empresas publicas estão falidas, pergunto eu, os nossos impostos tem de pagar sempre os prejuízos destas empresas ? .... que apenas servem os "jobs" e os " lobbies" partidários sejam eles de esquerda ou direita!!! , estas empresas já deviam ser privadas há muito tempo... tenho pena que muitos dos nossos impostos que deviam servir para investir em outros áreas com maior proveito para os contribuintes , mas infelizmente uma fatia dos impostos serve apenas para pagar prejuízos de "tachos" de incompetentes que os partidos la colocam!.. Caso se verifique a suspensão dos voos a Partir do Porto , apenas o " Norte " deve procurar uma alternativa com uma outra companhia e mandar a TAP para aquele lado que merece !!!
  • Carla Pacheco
    02 dez, 2015 Lamego 14:12
    Toda a gente fala do que não conhece. Actualmente quantas rotas de longo curso tem a TAP a partir do Porto? São Paulo, Rio de Janeiro e não sei se tem para Nova Yorque. Não tem para mais nenhum destino. Para Luanda é a TAAG que faz a ligação. As restantes ligações são para a Europa, ou seja, são de médio curso.
  • Sacudir o Caos
    02 dez, 2015 V. F. Xira 13:47
    Então o Sr. Presidente Rui Moreira, os Srs. Empresários e Industriais do Norte estão muito incomodados com as "consequências irreparáveis" para o Norte da suspensão do longo curso da TAP no Porto? Estão? Então, era bom que soubéssemos o que andavam a fazer aquando das negociações para a venda da transportadora aérea nacional. Estavam em férias? Ou pensavam que o mal só calha aos outros? Provavelmente nem uma coisa nem outra, o ver longe depende dos olhos de quem vê.
  • Tiago Costa
    02 dez, 2015 Lisboa 13:22
    Venderam a TAP A privados e estão a espera que este tipo de coisas não aconteçam? São mesmo santinhos... é obvio que uma empresa privada se não dá lucro fecha e funciona apenas onde dá lucro. A TAP vai ser uma sombra do que é hoje e do que terá potencial para ser. A minha opinião é TAP a nova PT...
  • Zé Nabo
    02 dez, 2015 Porto 13:19
    Não andaram (andam) para aí tantos passistas-coelhistas a defender a privatização da TAP? De que se queixam...?
  • RB
    02 dez, 2015 Lisboa 13:12
    Então os empresãrios não gostam muito das provatizações e que o Estado os deixe trabalhar? Pois trabalhem agora com a TAP privatizada e não vão pedir ao Estado para intervir. Peçam ao Passos, ao Portas e ao Sérgio Monteiro.
  • Vitor
    02 dez, 2015 Porto 13:04
    Acho que com isto a TAP vai conseguir o que quer... Basicamente dinheiro do estado para permanecer no Porto... Gestão em easy mode. Vamos lá Criar a TARP (Transportadora Aérea Realmente Portuguesa).
  • alem tejo
    02 dez, 2015 sul 13:04
    E O Rosalino a facturar Obra do desgoverno
  • Paulo
    02 dez, 2015 Porto 13:04
    O que urge não. é a regionalização, é a separação efectiva e imediata do Sul do País, D Afonso Henriques devia. ter ficado por Coimbra, afinal , ara e q

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