26 mar, 2016 - 14:12
O condutor da carrinha envolvida no acidente de quinta-feira que provocou a morte de 12 portugueses está hospitalizado numa unidade psiquiátrica e ainda não foi ouvido pelas autoridades, indicou este sábado o Ministério Público de Moulins.
O condutor de 19 anos, também português, sofreu uma fractura num pulso e é o único sobrevivente entre os ocupantes da carrinha envolvida no acidente, que ocorreu por volta das 23h45 de quinta-feira na estrada nacional N79, perto da cidade francesa de Lyon, na localidade de Moulins.
Em estado de choque, o jovem foi admitido inicialmente nas urgências psiquiátricas do hospital local.
Na sexta-feira, o condutor foi transferido para uma outra unidade psiquiátrica naquela zona por "alguns dias", explicou, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, o procurador de Moulins, Pierre Gagnoud. As autoridades francesas não quiseram revelar a localização.
Tendo em conta as circunstâncias, o jovem não deve ser ouvido pelas autoridades antes "do início da próxima semana", indicou o magistrado.
Um outro homem, que "poderá ser o presumível proprietário da carrinha" e que estava a fazer o mesmo trajecto da carrinha acidentada mas em outro veículo, também foi internado na mesma unidade psiquiátrica devido "a um choque psicológico", acrescentou Pierre Gagnoud.
O veículo em que seguiam os portugueses saiu da Suíça por volta das 21h00 de quinta-feira e teria como destino a Portugal. As doze vítimas mortais, com idades entre os 7 e os 63 anos, morreram na sequência de um choque frontal entre a carrinha em que seguiam e um veículo pesado. A carrinha desviou-se para a faixa contrária e colidiu de frente com o camião.
A carrinha, do modelo Mercedes Sprinter, "não era um pequeno autocarro e não é adequada, por natureza, para o transporte coletivo", recordou o procurador.
Os investigadores vão "reconstruir a carrinha a partir dos destroços" para tentarem determinar "se tinha sido construída especificamente para o transporte de pessoas", o que parece "pouco provável", precisou Pierre Gagnoud.
A outra hipótese é tratar-se "de uma adaptação artesanal, totalmente inadequada, com cadeiras dobráveis e com os passageiros sentados na parte de trás em assentos improvisados", detalhou o magistrado.