28 mar, 2016 - 08:01
Na sequência do acidente em França, que matou 12 emigrantes portugueses que vinham passar a Páscoa a Portugal, o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa defende que o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT) deve contribuir para acabar com o que classifica de “negócio sujo”.
“Se o IMT sabe que em Portugal isto acontece e são entidades portuguesas que vão à Suíça e à França buscar compatriotas nossos para os trazer nessas circunstâncias verdadeiramente abjectas, é necessário acabar radicalmente com este tipo de negócio sujo”, afirma José Miguel Trigoso, considerando que, “por um lado, as pessoas têm de ser responsabilizadas, por outro, as autoridades também têm que ter uma especial atenção”.
Os investigadores vão "reconstruir a
carrinha a partir dos destroços" para tentarem determinar "se tinha
sido construída especificamente para o transporte de pessoas", o que
parece "pouco provável", precisou também o Ministério Público de Moulins.
O secretário de Estado das Comunidades viaja esta segunda-feira para Lyon para se juntar às autoridades e apoiar as famílias das 12 vítimas mortais do acidente em França. José Luis Carneiro explicou que a trasladação dos corpos deve ser possível a partir de terça-feira, quando estará concluída a documentação necessária, uma vez que esta segunda-feira é feriado em França.
As autoridades francesas concentram a investigação em apurar se a viatura estava registada para transporte de passageiros ou não passava de uma carrinha convertida de forma ilegal.
O único sobrevivente é o condutor, de 19 anos, que está em “estado de choque” e foi internado numa unidade psiquiátrica. O primeiro interrogatório das autoridades policiais deve ocorrer no início desta semana.
O acidente
que ocorreu por volta das 23h45 de quinta-feira na estrada
nacional N79, perto da cidade francesa de Lyon, na localidade de Moulins.
As 12 vítimas mortais, com idades entre os sete e os 63 anos, morreram na sequência de um choque frontal entre a carrinha em que seguiam e um veículo pesado. A carrinha desviou-se para a faixa contrária e colidiu de frente com o camião.
Os portugueses que morreram eram dos
concelhos de Sernancelhe, Trancoso, Cinfães, Castelo de Paiva, Pombal, Arouca e
Oliveira de Azeméis (pertencentes aos distritos da Guarda, de Viseu, Aveiro e
Leiria).