09 ago, 2016 - 17:23
O Arquivo Histórico Militar está disponível ao público através de uma nova plataforma online, divulgou esta terça-feira hoje a Universidade do Minho (UMinho), entidade responsável pelo software (Archeevo) que gere e preserva os conteúdos.
Segundo um comunicado da UMinho, aquele arquivo, acessível por qualquer cidadão, agrega "informação alusiva a relatórios e cartografias dos teatros de operações, baixas de guerra, projectos contra agressões externas, inimigos presos, correspondência pessoal e institucional, autos sobre conduta das tropas, materiais e veículos utilizados, milhares de fotos (desde figuras ilustres a soldados), propaganda pitoresca das Colónias/Ultramar e registos satíricos", entre outros.
Aquela aplicação informática, refere o texto da Universidade do Minho, é "imprescindível para o acesso e a recuperação dos fundos do Arquivo e para a disponibilização e divulgação da memória do Exército e de Portugal", segundo o subdiretor do Arquivo Histórico Militar, Capitão Cunha Roberto.
"É essencial que os ‘softwares’ de gestão de informação, além de cumprirem o conjunto normativo de descrição, disponibilização e preservação dos objectos digitais, acrescentem mais-valias que respondam efectivamente às necessidades das pesquisas dos utilizadores e de quem trabalha no ‘backoffice’", acrescenta o responsável.
Segundo a academia minhota, "a ferramenta permite uma leitura rápida, eficaz e descentralizada dos documentos, bem como a preservação destes, evitando assim o seu excessivo manuseamento e reprodução" assim como "uma maior agilidade para cruzar fontes e explorar novas temáticas de estudo".
A UMinho esclarece ainda que a origem do Arquivo Histórico Militar, criado na reforma republicana de maio de 1911, remonta ao arquivo do Conselho de Guerra, nascido em 1640 e considerado o primeiro arquivo militar português.
Em 1736, este passou para a alçada da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra e, com a extinção do Conselho de Guerra em 1834, todo o espólio foi reunido no palacete do Pátio das Vacas em Belém.
No final da guerra civil, o chamado Arquivo Militar recebeu novas incorporações, como os arquivos do Governo Constitucional nos Açores e das ex-Inspecções Gerais de Infantaria e Cavalaria, entre outros.
Seguiu-se um período de mudanças sucessivas de espaço, desde o Palácio da Ajuda, o Jardim Botânico, a antiga refinação do salitre de Alcântara e o Palácio dos Condes de Resende, fixando-se a partir de 1951 na ala leste do edifício do Estado Maior do Exército, em Santa Apolónia.