18 jan, 2017 - 22:13
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, classifica de "repugnante" a existência de trabalho escravo na agricultura portuguesa e espera que as autoridades competentes "actuem com toda a severidade".
"Quando o crime atinge os seres humanos naquilo que é a sua essência, como parece ser o caso, naturalmente é algo que nos repugna e espero que as autoridades competentes atuem com toda a severidade porque não é aceitável que seres humanos utilizem outros seres humanos apenas para obter lucros. Isso é completamente repugnante", afirmou o ministro.
Capoulas Santos, que falava à margem da apresentação do livro "O Vinho no Tempo da Guerra", reagiu desta forma a notícias divulgadas esta quarta-feira sobre a existência de trabalho escravo em explorações agrícolas no Alentejo.
O presidente da Câmara da Vidigueira revelou terem sido detectados 80 imigrantes sazonais, que trabalham em explorações agrícolas nos concelhos de Moura e Ferreira do Alentejo, a viverem numa oficina, em Pedrogão do Alentejo, no concelho de Vidigueira, com uma única casa de banho, sem privacidade, a dormirem em camas constituídas por pequenos colchões por cima de paletes e, à frente das quais, tinham fogões para cozinharem.
"Vi hoje algumas notícias que me entristeceram profundamente", afirmou Capoulas Santos que disse esperar "que as autoridades a quem compete fiscalizar actuem, detectem e submetam às entidades judiciais aqueles que se vier a comprovar que foram responsáveis por actividades criminosas".