21 fev, 2017 - 16:41
A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) diz que é chegado o momento de alterar as regras de acesso ao ensino superior.
“O mecanismo de acesso ao ensino superior que temos hoje foi um mecanismo criado quando o ensino secundário não era ensino obrigatório, não tinha vias alternativas, e servia apenas para preparar os alunos para o ensino superior e seria-los”, diz à Renascença o director executivo da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo.
Queiroz e Melo desvaloriza as conclusões do estudo da Direcção-geral de Estatísticas da Educação e da Ciência que conclui que as escolas privadas continuam a inflacionar notas no ensino secundário.
No ano passado, as classificações atribuídas por estes estabelecimentos de ensino foram mais altas, em média, 0,67 valores do que as das escolas públicas.
Nesta entrevista, Queiroz e Melo considera que qualquer estudo é discutível e refere que o actual momento seria oportuno para aprofundar esta questão.
“Parece-nos que é um momento importante, quando está em discussão pública um relatório de um grupo de trabalho constituído pelo senhor ministro do Ensino Superior para rever os mecanismos de acesso, e quando o próprio Conselho Nacional de Educação está a debruçar sobre a questão do acesso ao ensino superior, aproveitarmos para deixar de remendar pano velho”, reforça.
Queiroz e Melo destaca ainda aquilo que considera ser algumas das fragilidades do mecanismo. “Muito mais relevante na seriação dos alunos do que a classificação interna do ensino secundário é a nota de exame, porque vale praticamente 75% da nota de acesso. Ora, basta um corrector ter uma diferença em relação a outro corrector, para isso ter um impacto muito maior no acesso do que a nota interna”, exemplifica.