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Vila Pouca de Aguiar. Escola de soldadura abre portas para o mercado de trabalho

18 jul, 2017 - 14:00 • Olímpia Mairos

O objectivo é capacitar os formandos com conhecimentos e competências que lhes permitam aceder de imediacto ao mercado de trabalho.

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A Câmara de Vila Pouca de Aguiar investiu cerca de 132 mil euros na criação de uma escola profissional de soldadura. A escola nasceu da colaboração entre o município, o Centro de Formação Profissional da Indústria da Fundição, Instituto de Emprego e Formação Profissional e a empresa Andritz Hydro.

Segundo o presidente da autarquia, Alberto Machado, o projecto serve o propósito “de promover a empregabilidade local”, numa região onde a “grande dificuldade continua a ser os jovens conseguirem arranjar emprego qualificado na terra que os viu nascer”.

Alberto Machado destaca ainda a “simbiose entre os promotores”, referindo o facto de haver “jovens que precisam de formação específica e de entrar no mercado de trabalho” - e continua - “já estão a fazer esta formação e os que tiverem aproveitamento positivo irão entrar no mercado de trabalho”, garante o autarca.

“O melhor investimento que o município pode fazer é nas pessoas. Os formandos poderão ter trabalho garantido na referida área industrial”, sublinha o autarca.

O percurso formativo na área da soldadura tem a duração de 575 horas. O objectivo é “capacitar os formandos com conhecimentos e competências que lhes permitam aceder de imediacto ao mercado de trabalho e desempenharem, de uma forma autónoma, as funções de soldador”, esclarece Carla Quintas, coordenadora de formação do Centro de Formação Profissional da Indústria da Fundição (CINFU).

A técnica refere que “há um déficit de profissionais desta área”. Segundo Carla Quintas, “há uma procura muito grande de soldadores e as empresas que querem recrutar para preencher lacunas, postos de trabalho, não têm no mercado disponíveis”, sublinha.

Expectativa de trabalho já para este Verão

Na escola de soldadura de Vila Pouca de Aguiar há 15 homens a aprender a soldar e à espreita de um emprego, já neste verão, nas obras das barragens do Alto Tâmega. No local é possível verificar como os formandos apreendem técnicas em contacto com as máquinas.

Adelino Borges, tem 19 anos, é natural do Pontido e “não queria nada com a escola”. Resolveu, então, “aproveitar esta oportunidade”, conta à Renascença.

O jovem já aprendeu “umas coisinhas que vão ser muito úteis para o futuro”. Gosta da área e está a “aprender com gosto”, na expectativa de “arranjar trabalho e ganhar uns trocos”. Adelino diz que “a formação é dura, têm muito calor”, confessa, mas, mesmo assim, diz que “quem corre por gosto não cansa”.

António Augusto da Costa, já conta com 43 anos, é de Telões. Era motorista, mas diz que “na estrada está complicado” e resolveu “tentar outra alternativa”. Inscreveu-se no curso porque considera que a soldadura é “uma área que tem futuro”. E com o que tem aprendido, tem “fé” que vai “conseguir trabalho “nas barragens em construção na zona”, pois “ninguém gosta de estar desempregado”.

Alexandre Relvas, de 44 anos, natural de Sabroso de Aguiar, também está a fazer o curso de soldador à espreita de trabalho. Era camionista. Resolveu deixar o volante ao fim de 17 anos, “cansado da estrada e de passar longos tempos longe da família”.

“A soldadura é uma área que gosto. Espero que isto nos dê um futuro melhor, porque a nossa zona é muito desfavorecida e são estas pequenas coisas que contribuem para que isto seja um pouco mais evoluído”, diz à Renascença.

Alexandre deu os primeiros passos na área da soldadura aos 16 anos e, na altura, diz que aprendiam “à chapada”. “Não era cá com técnicas nem com palestras. E quando não fazíamos em condições, levávamos umas orelhadas”, conta. No curso que está a frequentar “é bem diferente. Aprende-se a teoria e a prática”.

“Já aprendi coisas que pensava que sabia e cheguei à conclusão que não sabia nada. O que eu sabia era derreter e pouco mais. Aqui temos a hipótese de aprender as técnicas. Estava habituado a fazer um serviço e desde que ficasse seguro estava feito. E agora tem que ficar seguro e tem que ficar em condições, esteticamente, e não abusar no desgaste de material”, realça.

Alexandre está convicto que vai conseguir, e rapidamente, um emprego na área em que se está a formar. “Vamos todos ter trabalho nesta área, uma vez que há falta de mão-de-obra qualificada”, conclui o formando.

Os primeiros 15 formandos, sob orientação de Orlando Azevedo, formador principal, já sabem soldar, podendo mesmo vir a ingressar no mercado de trabalho no próximo mês, designadamente nas obras do Sistema Eletroprodutor do Tâmega.

O formador Orlando Azevedo, acredita que os seus formandos vão conseguir emprego na região e garante que estão preparados para “trabalhar em qualquer posição, mas, sobretudo, em termos de produção”, considerando o curso como uma “mais valia e uma boa oportunidade para o mercado de trabalho”.

“80% dos formandos são aplicados e vamos tirar boas cartas daqui”, diz à Renascença, realçando que o “objectivo deste curso é aprenderem a soldar em todas as posições em chapa, ou seja, topo a topo, de baixo, vertical, horizontal e tecto”.

Sistema Eletroprodutor do Tâmega prevê a criação de 13.500 postos de trabalho

A IBERDROLA está a desenvolver em Portugal o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, um dos maiores projectos hidroelétricos levados a cabo na Europa nos últimos 25 anos, que contempla a construção de três aproveitamentos hidroelétricos na região do Alto Tâmega: Gouvães (bombagem), Daivões (turbinação) e Alto Tâmega (turbinação).

A construção do Sistema Eletroprodutor do Tâmega prevê a criação, em pico de obra, de 13.500 postos de trabalho, directos e indirectos.

A Andritz Hydro, empresa contractada pela Iberdrola, prevê a necessidade de reforçar a mão-de-obra especializada em soldadura, tendo em conta as suas especificações técnicas.

Está prevista a utilização de 110 toneladas de material de soldadura para a execução desta construção, cujo processo de soldadura terá uma duração estimada de mais de 250.000 horas.

Segundo fonte da espanhola Iberdrola, neste momento trabalham na obra cerca de 1.000 trabalhadores.

A Iberdrola realça ainda que assumiu o compromisso de “privilegiar nas suas contratações o mercado laboral local, promovendo, desta forma, empregos e oportunidades que contribuem para a dinamização socioeconómica da comunidade local e das empresas parceiras”.

Comentários
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  • Omar morante
    30 jan, 2025 Lisboa 20:56
    Información sobre el.curso de soldadura
  • YORO BA
    07 set, 2024 Aceguá 18:53
    Boa noite eu quero fazer curso de solda
  • Jamba Romeu Lopes
    23 jul, 2024 Nova Santa Cruz 07:58
    Estou interessado em fazer curso de soldadura porque amo está área
  • Oscar Makulungungo
    01 fev, 2024 Setubal 22:14
    Existe curso pós laboral, quanto custa e quando começa
  • Quim Macedo
    04 mar, 2018 Cevivas 22:17
    Ola boa noite queria perguntar onde se encontra a escola de soldadura e de cuanto tempo e o curso . Eu nao gosto nada da escola e gostava de tirar o curso de suldadura porque e uma das áreas que mais gosto . Obrigado

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